A moda é uma das maiores expressões do nosso tempo. Isso é FATO!
A editora-chefe da Vogue América, Anna Wintour, já dizia: “A moda é sobre o momento em que vivemos, se for muito cedo ninguém entende, se for muito tarde todos já esqueceram“.
Mas diante dessa perspectiva, observar esse movimento atual, onde tudo é revisitado, volta isso, volta aquilo, “perfume anos 70”, estética dos anos 80 e um pé cada vez mais firme nos 90, nos convida a refletir… Será que o novo, sempre vem, mesmo? Uma moda cada vez mais repetitiva e enlatada, que não comunica de maneira real e palpável o nosso tempo?
Às vezes sim. Mas felizmente algumas pequenas grandes rebeldias sinalizam que existe movimentos com outros olhares. Jubba Sam, da Dod Alfaiataria, que conecta os melhores cortes a uma “não tradicional alfaiataria“; Marina Bitu e Cecília Baima, que em mergulho no Cariri, mostraram no último SPFW misticismo, história e referências culturais, transformando palha de bananeira em franjas, pó de café em paetês e tingimentos com casca de romã. Ou seja: estamos, sim, diante do NOVO !
E por falar em NOVO, ninguém traduzia melhor isso que Regina Guerreiro que será homenageada - merecidamente - pelo trabalho desenvolvido à frente das principais revistas de moda do país, com críticas - muitas vezes ácidas - mas sempre precisas. Regina também tem papel fundamental na criação de imagens de moda únicas, contando histórias através de roupas, maquiagem, acessórios.
Percebe-se que ainda temos bons motivos para acreditar que o “novo sempre vem. De um jeito ou de outro, vem sim! A ideia seria guardarmos tendências repetitivas, balonês, all jeans, babado… e por aí vai. De um lado, nessa perspectiva, nos restaria a opção de criar nossa própria identidade e nos revelar através do modo de vestir. Já do outro, nos esconder imersos numa boa dose de mistério e elegância!
Por Cláudio Ferreira
@claudio.moda