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Revisitando arquivos do passado em busca do hit no presente

 

Assisti a muitos desfiles das últimas temporadas. Chega a ser estarrecedor o fato de nada mudar de uma para outra. Até as semanas de moda - ditas sustentáveis - como Copenhague Fashion week - que estampam o tema como espécie de baluarte - pasmem, estão caindo na mesmice 

 

E aí está bem nítido que a palavra CRIATIVIDADE, ficou por lá mesmo: anos 60, 70 , 80. Basta dar um simples click e perceber o que já foi visto, o que já foi feito, o que já foi explorado até o limite, voltar a cena como NOVIDADE.

 

As semanas de moda parecem ter sido tomadas por um mood “look escritório“. Tudo cinza, tudo office. Só pra constar: uma cópia mal feita do estilo implementado por Armani 40 anos atrás.

 

E aqui cabe a reflexão: Será que estamos caretas e carentes de referências e ousadia? Exemplo disso isso é Maria Grazia Chiuri , que levou  a Maison Dior de um faturamento de 1,7 bilhão de euros para 9 bilhões, às custas de coleções sem novidades substanciais. Vimos até releituras de bolsas consideradas clássicas no mundo da moda. 

 

Como isso aconteceu? Maria Grazia cria uma camiseta que foi seu hit de estreia com a bandeira do feminismo. Depois, referir-se a mesma seria o mesmo que apenas revisitar arquivos ou estar de cara com um olhar comercial,
muito diferente de seus contemporâneos.

 

Jean Franco Ferré - estilista da Dior na década de 80 - trouxe uma teatralidade luxuosa para daí então em 1996, Jonn Galliano  - também estilista da marca, porém nos anos 90 - mergulhasse nos excessos únicos e jamais vistos, potencializando uma Dior com roupas esculturais.

 

Em um mundo cada vez mais cinza, como a passarela parisiense, o número parece ter tomado conta definitivamente do “fashion bussines”, deixando os criadores e criativos cada vez mais mecânicos e obcecados por produzir o próximo item hit para as redes sociais. Isso explica a dança das cadeiras nas maiores marcas do mundo, que diga Sabato de Sarno, demitido com apenas dois anos de casa. Aí me pergunto: como criar uma imagem de moda forte em tão pouco tempo?

 

Bem meus caros, na era da urgência pós-moderna, viveremos revisitando arquivos do passado em busca do hit no presente. É sobre…

 

Por Cláudio Ferreira
@claudio.moda

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