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"HPV tem cura? Saiba como prevenir e tratar o papilomavírus humano", por Marcelo Ponte


Foto: Reprodução

O papiloma vírus humano (HPV) pode infectar tanto homens quanto mulheres e, na maioria dos casos, a infecção pode ser eliminada pelo nosso sistema imunológico. Na eventualidade de uma persistência da infecção, podemos notar o surgimento de verrugas genitais, que são lesões benignas ou, às vezes, lesões com displasia alto grau, que são lesões pré-malignas. Essas lesões pré-malignas podem ser tratadas precocemente quando encontradas no colo uterino, vagina e vulva e, assim, impedirmos a progressão de evolução para malignidade.

 

Não existe um tratamento específico para o vírus em si, mas felizmente, o nosso sistema imunológico costuma dar conta da eliminação do vírus. Quando isso não acontece e surge uma lesão pré-maligna relacionada ao HPV, podemos removê-las. 

 

Certamente, quando falamos em HPV, a palavra de ordem é prevenção com vacinação.

 

Sendo assim, realizar os exames preventivos, como o Papanicolau e a colposcopia, auxilia no diagnóstico precoce de lesões pré-malignas (as displasias) e, assim, o tratamento pode ser instituído, impedindo a evolução para um câncer. A seguir, saiba mais sobre o HPV.

 

O que é HPV? 

HPV é a sigla em inglês para Papilomavírus Humano. Trata-se de um vírus capaz de infectar a pele, mucosas oral, genital ou anal das pessoas, podendo causar desde verrugas até câncer, dependendo do subtipo do vírus e da persistência de infecção. 

 

Como o HPV é transmitido? 

O HPV é transmitido por meio do contato físico, principalmente através de relações sexuais, em que existe o contato entre pele e mucosas. 

 

HPV tem cura definitiva? 

Na grande maioria dos casos, o nosso sistema imune elimina o vírus. No entanto, algumas pessoas podem ter uma infecção persistente por um subtipo viral específico e, com isso, surgirem lesões verrucosas, em sua maioria benignas e geradas por subtipos de baixo risco como HPV 6 e 11.  

 

Também podem surgir lesões pré-malignas, sendo estas lesões displásicas (com alterações no formato da célula) relacionas às infecções por subtipos de alto risco, tais como HPV 16 e 18.  

 

Não existe um tratamento antiviral específico para quem tem uma infecção persistente, porém temos um tratamento eficaz das lesões displásicas e verrucosas por meio de métodos físicos e químicos. 

 

HPV no homem tem cura? 

Geralmente, o sistema imune dá conta de eliminar o vírus, mas, em algumas pessoas (menos de 10% dos casos), podem ocorrer infecções persistentes. 

 

Quando indicado, as lesões causadas pelo HPV, como as displasias ou verrugas, podem ser tratadas com remoção cirúrgica ou mesmo ácidos e medicamentos imunomodulatórios. 

 

Prevenção do HPV 

Algumas medidas podem ser tomadas para prevenir o HPV, como: 

 

Vacinação

É a melhor forma de se proteger contra o HPV. No Brasil, temos disponível a vacina tetravalente contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 e a nonavalente contra os subtipos 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58. 

 

O vacina HPV é altamente eficaz em prevenir a infecção pelo vírus, sendo capaz de reduzir a incidência de verrugas genitais e câncer de colo uterino, vagina, vulva e pênis.

 

A vacina tetravalente está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) para meninos e meninas com idade entre 9 e 14 anos, além de homens e mulheres que  que convivem com HIV/AIDS, foram submetidos a transplantes de órgãos sólidos/medula óssea ou são pacientes oncológicos de 9 a 45 anos.

 

A vacina HPV nonavalente está disponível na rede privada para homens e mulheres de 9 a 45 anos de idade.

 

Uso de preservativos

Apesar de não oferecer proteção total, pois o vírus é transmitido no contato pele a pele, o preservativo ajuda a reduzir o risco de infecção, inclusive no sexo oral. 

 

Vale ressaltar que o Papanicolau é o exame ginecológico mais indicado para identificar lesões que podem provocar o câncer no colo do útero ou outras doenças causadas pelo HPV. O seu principal objetivo é fazer o diagnóstico da doença antes mesmo que os sintomas apareçam. 

 

Tratamentos para HPV 

Quando não ocorre a cura espontânea nos dois anos após a infecção, o tratamento visa remover as lesões encontradas sejam elas verrugas benignas ou mesmo lesões pré-malignas, que se não tratadas, podem evoluir para câncer.

 

Como as características, quantidade e extensão das lesões são diferentes em cada caso, o tratamento deve ser individualizado, levando esses aspectos em consideração.  

 

O médico pode sugerir o uso de pomadas na região, remédios para fortalecer o sistema imunológico e até técnicas de cauterização, procedimento em que uma corrente elétrica de alta frequência é usada para queimar e destruir as células anormais na pele ou na mucosa. 

 

Sendo assim, lembre-se: não deixe de consultar o seu médico de confiança para o devido acompanhamento do HPV.

Por Marcelo Ponte
@drmarceloponte

 

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