Na campanha, o candidato Lula gravou um vídeo se declarando contra o aborto
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB reagiu, imediamente, ao avanço na flexibilização do aborto logo nos primeiros dias do Governo Lula. A retirada do Brasil do Consenso de Genebra, uma alinça pela defesa da vida dos nascituros e a favor da família, e a portaria assinada pelo Ministério da Saúde, que desobriga o aviso de profissionais da saúde a autoridades policiais em casos de atendimento a vítimas de estupro, acenderam um alerta na cúpula dos bispos da Igreja Católica, com sede em Brasília.
Além de reprovar, a CNBB pede esclarecimentos ao Governo Lula sobre a flexibilização do aborto, apoiada na promessa de campanha do presidente, na tentativa de angariar votos do eleitorado católico.
"As últimas medidas, a exemplo da desvinculação do Brasil com a Convenção de Genebra e a revogação da portaria que determina a comunicação do aborto por estupro às autoridades policiais, precisam ser esclarecidas pelo Governo Federal considerando que a defesa do nascituro foi compromisso assumido em campanha", diz um trecho da nota.
O Brasil possui 480 Bispos, destes, 370 participam efetivamente da CNBB. A nota da entidade rapidamente se espalhou nas 217 Dioceses e mais de 12 mil paróquias presentes em todos os municípios do Brasil.
" É preciso lembrar que qualquer atentado contra a vida é também uma agressão ao Estado Democrático de Direito e configura ataques à dignidade e ao bem-estar social", escrevem os Bispos.
A nota é finalizada com um "Não, contudente, ao aborto".
Antes da campanha eleitoral, Lula chegou a dizer que consierava o aborto como caso de saúde pública. Contudo, no período de conquistar votos. gravou um vídeo se declarando contrário ao aborto. "Acho que quase todo mundo é contra o aborto. Não só porque somos defensores da vida, mas porque deve ser uma coisa muito desagradável, muito dolorida para alguém fazer um aborto”, disse o então candidato e agora presidente Lula.