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Projeto Trajetórias Artísticas Unifor apresenta exposições de Alina Duchrow e Ana Cristina Mendes


Foto: Divulgação

A Universidade de Fortaleza – instituição da Fundação Edson Queiroz – inaugurou, na última terça-feira (20), as exposições “Teologia Natural”, de Alina Duchrow, e “Nascente”, de Ana Cristina Mendes. As mostras levam a chancela do projeto Trajetórias Artísticas Unifor, que apresenta exposições de artistas cearenses nas galerias térreas do Espaço Cultural Unifor, e contam com a curadoria de Ana Valeska Maia Magalhães, professora de história da arte há mais de 20 anos, autora de livros e ensaios sobre arte e psicanálise. As mostras estarão abertas para visitação gratuita de terças a sextas, das 9h às 19h, sábados e domingos, das 12h às 18h, até 15 de dezembro de 2024.

 

As exposições marcam o reencontro de duas artistas depois de quase uma década. No primeiro encontro, as artistas não se conheceram pessoalmente, mas Duchrow colaborou em um projeto de Ana Cristina em 2013, que resultou no vídeo “Msafer”, que estará na exposição “Nascente”. Esse reencontro, ainda que tenha acontecido de forma natural, pode ser visto como as correntes dos rios que se encontram. As águas dos rios, inclusive, estão presentes nas duas exposições. Na mostra de Alina Duchrow o rio Amazonas surge com relevância, enquanto na arte de Ana Cristina Mendes o rio Jaguaribe, no Ceará, e o rio Capaska, na Macedônia, encontram metaforicamente suas águas.

 

“A exposição ‘Teologia Natural’ vai além de simplesmente apresentar obras de arte; ela serve como um catalisador para discussões sobre como vivemos, interagimos e impactamos o mundo ao nosso redor. Com esta mostra, Alina Duchrow não apenas captura a beleza e a complexidade da natureza, mas também ressalta a importância da consciência ambiental e cultural em nossa sociedade contemporânea”, destaca Lenise Queiroz Rocha, presidente da Fundação Edson Queiroz, que completa: “‘Nascente’ é outra vitrine para a arte contemporânea, atuando como um lembrete da importância de preservar nossas tradições e o ambiente ao redor. A exposição destaca como a arte pode influenciar nossa percepção do mundo, incentivando o diálogo entre o passado e o presente”.

 

“Nascente” traz uma série de trabalhos inéditos e também trabalhos históricos na trajetória de Ana Cristina Mendes, representativos desses 20 anos de trabalho, e a sua relação que dialoga com o rio Jaguaribe e um rio da Macedônia do Norte. As distâncias e fronteiras são características da trajetória dessa artista e de seu lugar do exílio. Já Alina Duchrow faz uma conexão de pesquisa e desenvolvimento de obras a partir do ciclo da borracha na Amazônia e a migração de cearenses. A artista expõe uma teia com ligações com a cidade de Canindé, com a saída dos cearenses, a Região Amazônica e toda essa rede de dores, afetos e ausências”, esclarece a curadora.
Alina d’Alva Duchrow – Teologia Natural

 

A exposição “Teologia Natural”, de Alina Duchrow, oferece uma experiência artística que transcende a tradicional apresentação de obras de arte para abordar questões profundas de sustentabilidade e a interação do homem com a natureza. Por meio de uma série de instalações que utilizam materiais naturais como látex, a artista brasileira residente em Marrocos nos convida a refletir sobre a exploração ambiental e a memória cultural.

 

Na instalação intitulada “Medicina”, Duchrow molda o látex à mão, criando formas que lembram a textura da matéria vegetal, representando uma crítica à perda de conexão com a natureza em ambientes industriais. As peças, variando em tamanho e forma, são apresentadas em uma configuração que simula uma nova paisagem, desafiando o espectador a considerar as consequências ambientais de nossas ações diárias.

 

Outra instalação marcante da exposição é “Eldorado”, que explora a história violenta da exploração da borracha na Amazônia. Usando grafite e látex sobre papel artesanal, Duchrow cria uma série de fragmentos de texto e imagens que trazem à tona as interações oníricas entre histórias, seres e mitos. Esta obra reflete sobre a violência colonial e seus efeitos duradouros sobre as paisagens e as pessoas. A obra-símbolo da exposição “Teologia Natural” é um Grafite e látex em papel feito à mão, que está presente na instalação Eldorado.

 

A artista Ana Cristina Mendes apresenta a exposição “Nascente”, com entrelaçamentos da natureza com a mitologia, representados de maneira única. A exposição está distribuída em várias salas, cada uma com uma temática específica que explora diferentes aspectos da relação entre o ser humano e o ambiente natural.

 

Obras como “Vídeo Nascente” (Imagem Divulgação) e “Sonhário” utilizam elementos como água e terra para criar uma experiência imersiva que convida os visitantes a refletir sobre as origens e a constante transformação da natureza. A artista usa projeções e instalações para criar um diálogo inicial com o público sobre a importância e a beleza do mundo natural.

 

A exposição se aprofunda nas conexões culturais e históricas do Nordeste com peças como “Sertão de Fora” e “Bichos do Rio”. Essas obras exploram lendas locais e a rica biodiversidade da Região. A mostra se torna mais íntima com “Oceano[in]vestido”, “Enquanto por ali discorria” e “Manualdeidentificação”. Aqui, a artista explora mitologias pessoais e globais por meio de objetos como vestidos e esculturas, que capturam momentos e emoções, refletindo sobre as jornadas pessoais e coletivas em relação à natureza.

Fonte: Divulgação

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