HOME Notícias
Pacientes denunciam atraso na entrega de bolsas de colostomia


Foto: Divulgação

Mais de 3 mil pessoas são ostomizadas pelo SUS no Ceará. As bolsas, os insumos e o atendimento médico especializado são de responsabilidade do Estado através do Programa de Atendimento à Saúde da Pessoa Ostomizada, criado em 2015. No entanto, a escassez de recursos é uma realidade que entristece os pacientes que precisam das bolsas de colostomia. 

 

O presidente da Associação dos Ostomizados do Estado do Ceará, Orildo Santos, lamentou a falta de produtos essenciais. “Falta de insumos, bolsa, pó, placa, hidrocoloide, spray e outros materiais. Está precisando de mais recursos no programa. Dão 10 bolsas, mas a portaria 400 diz que deveria ser mais. Para pacientes com dermatite, problemas de pele ou que fazem quimioterapia e radioterapia, pode ser necessário de 15 a 30 bolsas por mês”, afirmou.

 

Os pacientes do interior se deslocam até Fortaleza para buscar as bolsas, com as retiradas feitas por motoristas dos municípios. Há 13 anos, após um câncer colorretal, a pensionista Rosimeire Gomes passou a usar uma bolsa de colostomia, necessitando trocá-la a cada dois ou três dias. No entanto, só recebe 10 unidades por mês. A última vez que recebeu foi em junho, e, agora, só tem três bolsas que precisam durar até o final do mês. “Eu já usei até saco, correndo o risco de infeccionar. A gente se sente humilhada, de chegar ao ponto de colocar um saco porque não tem bolsa. E a gente procura e não consegue porque são as quantidades que a gente tem que receber. Fica aquela questão, cadê os nossos direitos?”, indagou.

 

Segundo a Constituição Federal, o atendimento ao paciente deve ser integral e universal. O médico é quem determina a quantidade de bolsas a serem utilizadas e quais acessórios são necessários para o tratamento adequado. Caso o Estado ou o município não cumpram esses requisitos, o paciente deve buscar as autoridades competentes, como o Ministério Público ou um advogado especializado.

 

A Secretaria da Saúde do Ceará informou, em nota enviada ao Grupo Cidade, que não há falta de bolsas de ostomia e que a entrega para os pacientes está em dia. Atualmente, 3.903 pacientes da capital e do interior estão cadastrados no Programa de Atenção à Saúde da Pessoa Ostomizada. Em junho, o programa realizou 2.399 atendimentos e entregou 24.384 bolsas de ostomia e acessórios.

PUBLICIDADE