O entrevistado da semana desta coluna é motivo de orgulho para todo o Ceará. Nascido em Fortaleza, o produtor, roteirista, ator e diretor Lucas Paz coleciona êxitos incontestes em sua carreira. Formado em Artes Dramáticas pela Universidade Federal do Ceará, bacharel em Direção Teatral pela Universidade de São Paulo e mestre em Direção de Cinema pela New York Film Academy, nos Estados Unidos. Inspirado por diretores como Almodovar, Terrence Malick e Lars Von Trier, ele não esconde o fascínio pelos dilemas psicossociais. Seus filmes já foram estrelados por Thaila Ayala, Daniela Escobar e Thalma Freitas, apenas para citar alguns nomes. A seguir, um pouco mais sobre o fortalezense que possui créditos de diretor e ator em mais de 60 produções, sem falar nas quase 50 participações na direção, produção e atuação. Confira:
Lucas, sua trajetória fala por si só. Mas, se tivesse que se definir, como seria?
Sou diretor e produtor de cinema e teatro, sou performer, sou professor universitário, sou escritor, sou artista visual, já cantei para 1000 pessoas, sou metido, luto pelo que acredito. Para mim, ser e estar não são o bastante. Trabalho é o meu sexo. Desafio, não importa a natureza, é o que me move. Sou teimoso, destemido e curioso. Aquele menino afoito, dizia minha mãe. Sou louco pela arte, pelas culturas, pelas pessoas e lugares, quero fazê-los, conhecê-los, experimentá-los e dialogar com eles em outro nível que transcende o debate racional, sensorial, político, emocional, filosófico. No meu coração liquidificador, processo, travessia e experiência são motores e sempre cabe mais um.
A veia artística é explícita em sua carreira. Quais as lembranças que você tem do início de seu encantamento pela arte?
A arte, para mim, começa com uma câmera de rolo de filme do Mickey, uma tarefinha de casa, o rio Cocó, um mendigo na esquina da minha casa, coreografias encenadas no BNB Clube de Praia, eu vestido de Power Ranger azul ou de catador de laranja, meu primeiro prêmio de ator destaque em 1998, eu me apresentando para multidões de 300 a 1000 pessoas no Ibeu Aldeota, no Dragão do Mar, no SESI, no Theatro José de Alencar, no SESC Iparana, na praça José de Alencar, no Centro Cultural BNB, no Estoril, na Australia, na USP, na UNICAMP, nas ruas de Lisboa, Buenos Aires e Paris, em cinemas em Los Angeles. O início do meu encantamento pela arte é a cada manhã, cada dia relembra-me a faísca de criação e o porquê de minha escolha. Contaminar o mundo dessa doença contagiosa chamada arte. A arte para mim começou como brincadeira de criança, meu esconde-esconde, meu pega-pega, meu faz de conta que eu serei, a cada acordar, a cada papel, o que eu quiser. A arte me provoca a sair e voltar a mim, a ser o meu melhor, e no dia que esta criança adormecer... Foi-se a vida. Um dos papéis que eu nunca esqueci: a fala, aí teatro era brincadeira séria no alto dos meu 7 ou 9 anos num Theatro José de Alencar lotado. Fome de Sorvete? Pois quando eu tenho fome, me vem logo à cabeça um grande sanduíche, um prato de macarronada... Trecho de “Era uma vez a fantasia”, de Socorro Machado.
Ator por formação, como surgiu o interesse pela arte cênica?
O teatro é essa sarna que tem coçado meu couro desde meus cinco anos de idade. A tia de artes do Coopefor, minha inesquecível formação de vida, chamou-me e a outras duas coleguinhas de turma a integrar o grupo de teatro que ela abria na escola. De lá, o grupo de teatro que ela tinha na cidade, de lá, fui fazer teatro musical na Austrália, de lá, fiz o CAD na UFC, de lá, fiz direção teatral na USP e na UNICAMP, de lá, virei mestre em Cinema em Los Angeles, de lá, sou professor e diretor artístico do programa de Ópera da Azusa Pacific University e do Los Angeles Brazilian Film Festival. Oh sarna para coçar, vou te contar!
Atualmente, você mora em Los Angeles. Mas continua “antenado” ao que acontece no cenário artístico do Ceará?
Há cinco anos em Los Angeles, admito que fica mais difícil acompanhar a efervescência artística dos grupos e aparelhos de arte no Brasil e no Ceará. Mas há institutos e grupos que têm meu respeito e admiração e, sempre que aí retorno, busco-os: Alumiar Cenas e Cirandas, Teatro Máquina, Grupo Bagaceira, Teatro da Vertigem, Balagan, Lume, Cia Livre, Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona e artistas como Karim Ainouz, Marcelo Gomes, Halder Gomes, Edmilson Filho, Orlando Senna, profissionais estes os quais tive chance de trabalhar ou participar de oficinas no Porto Iracema das Artes, no Cena 15 ou nos meus anos de USP. Tenho grandes amigos que crescem no persistir nosso de cada dia, meu amigo Olavo Junior, como minha amada Nataly Rocha, minha talentosa prima Amanda Pontes e a preparada Micheline Helena, antenada nessas minhas queridas mulheres no cinema. Vejo que o Ceará cresce a passos lindos para não dizer largos em todos os lados: nas escolas e cursos para cinema, teatro, dança, games e efeitos visuais. Atendi ao Cine Ceará em mais uma edição, esta de 2017, e que orgulho da estrutura. Como em todo festival, ponho em cheque os critérios de seleção das obras.
Como analisa as produções cinematográficas feitas aqui?
Excelente pergunta essa que sucede meu ensejo anterior. O que vi em um dia de exibição no Cine Ceará 2017 me serve de estudo de caso para víscera, técnica e estória. O cinema no Ceará é de guerrilha e, como tal, o que se vê é instinto, favoritismo e vontade. Assim seja: há histórias que são bem elaboradas, mas pecam na execução, há histórias que são financiadas pelos aparelhos públicos e privados, mas que pecam na estrutura ou no conteúdo, há uma mão de obra que não nega trabalho e que entrega o sangue em exaustivas diárias que ultrapassam o limite humano, mas faltam método, aparelhagem e técnica. O cinema do Ceará é um cinema de resistência, que, além de bom ou ruim, dá orgulho de se ver por saber e sentir que, ao entrar na sala, todos estes aspectos saltam e me dizem para seguir fazendo o que acredito. Não há desculpas, há vontade de crescer e de melhorar ao fazer. Não se pode negar as diferenças culturais e de dinâmicas de operação entre este cinema e o cinema que faz parte do meu cotidiano diário pelos últimos cinco anos, o modo americano. Aqui, há muitas regras, e de pequeno a grande orçamento há de respeitá-las. Tive a experiência de montar uma masterclass sobre direção para este mês de agosto em Fortaleza e, em 2018, retorno à terra para ministrar cursos em direção e produção. Conhecimento é uma ferramenta de partilha e da mesma forma que anseio aprender a forma de fazer cinema no Ceará, a minha visão sobre este panorama só pode ser limitada, pois não acompanho de perto, tenho sede de dividir com os meus conterrâneos meus anos de experiência em Los Angeles.
De que maneira os dilemas psicossociais te inspiram como artista?
“De médico e louco, todos temos um pouco” é a máxima para compreender como nasce essa minha criação que busca, na maior parte das vezes, compreender qualquer classe marginal. Ainda na faculdade, eu confessava a uma amiga: “as pessoas nunca entendem quando digo, não sei porquê, mas, se não desse para artista, eu seria médico, pediatra”, ao que ela replica: “não há tanto de desconexo nos dois, bem se vê que você, médico ou artista, tem uma grande preocupação ou interesse em cuidar do ser humano seja pelo corpo ou pelo espírito”. Aquilo me ficou até hoje, e vejo que muito do que faço, a cada trabalho, busco entender mais o que significa ser, e não somente, mas ser humano, o que em nós nos confere essa dita humanidade, diante de tanta diversidade de realidades e situações adversas.
Como está o coração prestes à sua iniciação na carreira acadêmica da Azusa Pacific University?
Esta é uma conquista profissional que marca uma fase importante de minha carreira, me emociona, legitima meu fazer e pensar e me dá uma oportunidade de crescer no que faço através de um ensinar e aprender com via de mão dupla, reciclar meus saberes no contato com alunos de graduação e mestrado em Música nos Estados Unidos, repassar como Professor meu repertório de experiência nas artes cênicas e continuar me desafiando em minhas capacidades como artista. Sou responsável pela matéria Opera Workshop, as aulas já se iniciaram e seguem de agosto até maio de 2018. Assim, a cada ano, uma nova turma de estudantes passa por essa matéria obrigatória no currículo de música da APU.
Você também assina a exposição “Marés”, com 50 telas, 9 esculturas e 37 fotografias. Qual o sentimento preponderante neste trabalho?
“Marés” foi uma liberação bem sucedida de criações em artes visuais que eu mantinha cativas em casa. Quase 100 peças que retratam diferentes fases de minha vida: da criança, do lar, das paisagens, do meu olhar sobre mim mesmo e sobre as pessoas, de minhas abstrações e delírios e da importância da família. Vejo esse nosso trânsito na terra como um corpo água em constante movimento de ir e vir, evaporar, congelar, reflorescer. “Marés” foi um arriscar que me lancei enquanto cineasta e diretor teatral num campo que não é de meu domínio técnico. Mas o pulsar de criação me deu em certo momento da vida a certeza de querer que outros partilhassem dessas experiências que outrora eu retratava em tela, tinta, foto, argila e gesso. A vida é breve para arrependimentos, melhor fazer e torcer que esse fazer seja um dialogar com o outro. Ora o que é felicidade senão memória e experiência em relação com um outro? A exposição me abriu a críticas sobre o meu tracejado, a conhecer novos artistas e admiradores do que faço, a vender parte de minhas telas e reafirmar para mim mesmo que meu fazer não se contém numa só linguagem artística, perpassa diferentes meios.
Sua presença em Fortaleza atualmente também é para o lançamento de seu segundo livro, “Vestes de Quê: Vazão a Poemas Presos”. Além de sua sensibilidade, o que o público pode esperar na obra literária?
Publiquei em 2012 através da FAPESP “A Performance em Espaços Públicos a Partir do Mínimo Gesto ou da Ação Simples”, um estudo acadêmico sobre a linguagem performática, que, em breve, também será lançado através da (PRE)FORMA-SE Artistic Productions em português e em inglês. “Vestes de Quê: Vazão a poemas presos” é então essa oportunidade de me conectar com o público através da linguagem literária emotiva, lírica, de fatos, invenções e memórias minhas traduzidos em poemas, contos, cartas, delírios, letras de músicas, haykais e uma série narrativa. De tudo que um dia se calou, ou não teve vez em verbo dito, atuado ou dançado. Um verbo que encontrou vazão em versos na folha. Histórias de amor, morte, vida, esperança, inconformidade, aventura, solidão e tempo. Textos em português e em inglês escritos no curso de 17 anos, desde 2000. 200 páginas para o leitor se ver e fazer do meu seu verbo, se dar uma chance a abandonar as roupas já coladas ao corpo e se experimentar outro. Se redescobrir, se reinventar, trocar de máscaras e se encantar com o viver, o pulsar. Lançamos o livro em Los Angeles com apoio de Meire Fernandes, LABRFF, Harvest English Institute, Soda Bossa, Supermercado Brazil e do Consuldado Geral do Brasil, com a participação de atores como Thalma de Freitas, Kátia Moraes, Thaila Ayala, Felipe Folgosi, Dani Suzuki, André Engracia, Carla Zanini, Lui Vizotto, Mariana Leite, Valeria Silva, Elielson Vasconcelos, Marilia Colturato, Natalia Molero e Rodrigo Brand. Lançamos também em Limoeiro do Norte à ocasião de minha laureação como Acadêmico Correspondente na Academia Limoeirense de Letras, e, em Fortaleza, no BNB Clube, na “quarta com chorinho”, com prestígio especial do talentoso amigo Edmilson Filho. 118 livros foram impressos e vendidos nesta primeira edição. Nos preparamos para a 2a impressão.
Falando nisso, o que motivou sua mudança para Los Angeles, Lucas?
Literalmente, um sonho! Eu estava certo de prestar mestrado em Performance Arte na UFBA como continuidade de minha pesquisa na graduação sobre o mínimo gesto e a ação simples em espaços públicos. Após finalizar direção teatral na USP retornei a Fortaleza e lá vi que minha professora Maria Thais e sua cia. Balagan se apresentariam em Natal. Peguei um ônibus, falei com um primo para ficar na casa dele e, na noite do espetáculo, conversei com ela, baiana, sobre meus planos de ir continuar minha carreira acadêmica na Bahia. Depois de muito conversar, naquela noite, sonhei com Alices, Rodrigos e Wagners. Acordo decidido: mestrado em Cinema em Los Angeles. Desde 2013, trabalho em cinema como diretor, produtor e ator, concluí meu mestrado na área e trabalho como escritor de roteiros e artigos sobre cinema, como curador do Los Angeles Brazilian FIlm Festival. Mais recentemente, iniciei a lecionar teatro na Escola de Música da Azusa Pacific University.
De que maneira mata a saudade da família?
A tecnologia sem dúvida veio para somar nessas horas. Depois de 11 anos no mundo, Australia, Europa, Estados Unidos, em Los Angeles, sem dúvida foi onde me peguei com mais saudade de minha família. O WhatsApp é um santo remédio para curar esse mal de saudade, e, sazonalmente, viajo ou minha família viaja para me prestar visita. No mais, é paciência e foco na carreira que escolhi para mim. Minha família sempre me apoiou em todos os passos, peças, filmes, lançamentos de exposições e livros. Minha família é a maior benção que Deus me agraciou, não só pela maneira de se fazerem presentes e de exaltarem minhas conquistas, como de diariamente me aconselharem e me dizerem: “vai dar certo”.
Mesmo distante geograficamente do Brasil, você provavelmente deve acompanhar o momento delicado pelo qual nosso País atravessa. Como analisa esse período tão conturbado?
É uma perda muito grande para todos nós, a destruição de uma reputação e força que demoramos tanto a conquistar nos últimos 16 anos enquanto nação. Um país que foi admirado e abraçado internacionalmente por outras nações como exemplo de crescimento, de luta contra a pobreza e de um povo acolhedor que voltava a ver esperança e oportunidades de melhorar socialmente. Ver pelos últimos quatro anos o desvelar de atos catastróficos de corrupção, desemprego, inflação e uma Câmara de Deputados que age à revelia do povo que a elegeu, de maneira indireta e arbitrária, perpetuando a atuação de esquemas e indivíduos corruptos, é de morrer um pouco a cada dia. Torço e enalteço tanto a natureza, a cultura e o povo do meu País que me revolta e entristece testemunhar a volta a uma ditadura velada, a um golpe e tomada de poder de maneira ilegítima e indireta, a decisões desmedidas e escancaradamente voltadas ao benefício de poucos. Reforma trabalhista, aposentadoria, corte de verba na educação e na cultura. E, agora, a Amazônia? O que estamos fazendo? Por que esse governante inconsequente e sua trupe de palhaços na nau louca do Congresso ainda estão lá? Por que nós, o povo, e não eles afundaram?
Ainda sobre esse assunto, de que forma interpreta a chegada de um conservador nato ao cargo mais importante dos Estados Unidos?
É absurdo pensar e mesmo escrever, mas, segundo os ciclos de crise e reestruturação histórica, os quais estudei em Benjamin, Brecht e Antropologia na FFLCH-USP, o Trump, o Temer e outros conservadores espalhados pelo mundo (veja a Venezuela, a Síria!) são maus necessários às transformações das sociedades. De tempos em tempos, experimentamos ciclos de conservadorismo e liberalismo, caos e ordem. A crise é uma chance de reafirmação ou recomeço. O Trump reafirma os Estados Unidos como Commodity, não como nação. Sua falta de tato no lide com o povo americano e com os povos de outras nações, sua intolerância e visão de mundo proibitiva, que inibe a liberdade de expressão da diversidade de grupos sociais de nossa era, para mim representa ameaçador retrocesso e encontra nessa onda que reverbera em boa parte da multidão, parte considerável para levá-lo ao poder, legitimidade no negar, no oprimir e mesmo no matar. Os artistas, as mulheres, os negros, os homossexuais, os mexicanos, os muçulmanos, diferentes grupos sociais que representam a base de sustentação econômica e força de trabalho da nação temem por seu presente incerto, fruto de rompantes de atos e decisões de alguém inexperiente politicamente para governar uma das maiores nações do planeta.
Tempo, morte e amor são temas presentes em seu livro “Vestes de Quê”. Como Lucas Paz, enquanto ser humano, lida com cada um deles?
Agora, você tocou em temas delicados para o homem e para o artista. Estes temas são motor constante de minha criação. Em 2010, toda a minha criação artística lidava com uma análise sobre o tempo como unidade de medida reguladora de nossa existência, daí nasceram roteiros para peças, intervenções urbanas, vídeo performances globais ainda em execução no curso de 10 anos até 2020. Todos estes projetos que me faziam refletir o por-se no mundo, o abraçar sua jornada e missão de vida, o valorizar das horas com entes e amigos queridos o relativizar do ser e estar. Amor e morte sempre foram tabus para mim, não no discorrer sobre, pois filosofar e transformar conflito interno em expressão artística é nosso dever, mas viver o amor e a morte tem lá suas dores. Sempre me senti frágil no lide com o amor e com a morte. Quando mais novo, em funerais de entes como meus bisavós, fiquei os funerais inteiros sem mirá-los. No de meu bisavô, beijei sua testa enfim e um pouco de mim se foi com aquele beijo numa testa gelada. Sonhei com o falecimento de meu avô materno e, no dia seguinte, ele partiu. A morte me assusta, já imaginei diversas versões do meu partir. Em quaisquer delas, doem meus órgãos, me cremem e me joguem as cinzas nas águas da Praia do Futuro. Enquanto aos amores, tive amores platônicos a vida inteira que nunca se concretizaram, amores que duraram por anos a fio. Sou amante, romântico, louco apaixonado, fiel e nutro por cada um desses amores um “e se”, me vejo vivendo com cada um deles e imaginando como seria a vida se fosse. Quero muitos filhos, parece impróprio para um artista e um cineasta, nossa vida é cheia de emoções, menos de estabilidade. Chego lá. Em relação à família, um dia ouvi do meu professor de filosofia: “amor não se diz, se faz, está nas ações”. Eu ouvia muitos “eu te amo” de amigos e aquilo não me soava correto, carreguei por anos essa crença de meu professor de filosofia. Hoje, busco segui-la no ato, mas percebi a importância do verbo, do dizer, busco dizer mais isso a meus pais, irmã e amigos, as vezes sai com dificuldade, mas a consciência do deixar o outro saber, me alegra: “Eu te amo” e todos os problemas do mundo se esvaem por um segundo. Em “Vestes de Quê: Vazão a Poemas Presos”, fica claro como estes três temas muito me interessam e assumem diversas formas e sentidos, gostos, cores e cheiros.
Para finalizar, gostaríamos de saber quais suas pretensões para os próximos anos?
Viver como diretor de cinema e teatro, sem precisar dispor de outro artifício para o fazer da grana “que ergue e destrói coisas belas”. Ter minha própria escola de arte. Ensinar cinema, teatro e performance ocasionalmente na minha escola. Ser reconhecido pelo meu trabalho. Gravar meu 1o longa de ficção científica no Brasil. Fazer meu doutorado em Cinematografia, estudando a obra de Jodorowsky. Finalizar meu documentário em Limoeiro do Norte. Ganhar um Oscar. Escrever mais livros e artigos. Constituir família. Ter uma casa na beira da praia. Continuar nessa mania de fazer o que acredita, o que move e ser feliz.
E como deseja que sua vida esteja em 2025?
Rico e famoso (risos)! Rico e reconhecido pela qualidade de meu trabalho basta. Gosto de fotos, mas meu autógrafo... Privacidade também é importante. Sou tiete, mas endeusar artistas a ponto de invadir seu arbítrio é errado. Amo viajar e fazer arte! Em 2025, quero estar neste patamar de conforto e realização.