Cuidar de um filhote de cachorro ou gato de forma adequada é crucial para assegurar sua saúde e bem-estar ao longo da vida. Nos primeiros meses, esses pequenos estão em uma fase delicada de crescimento e desenvolvimento, e o suporte apropriado nesse período estabelece as bases para uma vida saudável. Além disso, ao dedicar tempo e atenção, os tutores não apenas promovem a saúde do novo integrante da família, mas também constroem um vínculo amoroso e duradouro.
A médica veterinária Lívia Melo, que atua na clínica veterinária São José de Ribamar, em São Cristóvão, ressalta que é importante compreender as particularidades fisiológicas, anatômicas, comportamentais e imunológicas dos filhotes. “O veterinário deve estar ciente dessas características para realizar uma avaliação precisa e oferecer um atendimento seguro durante essa fase inicial da vida. Os primeiros 60 dias, desde o nascimento, são cruciais para o desenvolvimento do filhote.”
Durante as primeiras semanas, é vital que o filhote permaneça com a mãe e seus irmãos. A mãe desempenha um papel fundamental, amamentando, lambendo e aconchegando o filhote. Segundo Lívia, mesmo que o filhote nasça com olfato, tato e paladar, é nesse período que ele desenvolve e aperfeiçoa esses sentidos, e a presença da mãe é essencial para estimular esse processo. Aspectos como segurança, aquecimento e tranquilidade também são muito importantes.
Nos primeiros 45 dias de vida, a alimentação deve ser exclusivamente o leite materno. No entanto, se isso não for viável, o tutor deve optar por uma alimentação artificial. É importante evitar o leite de vaca, que possui altos níveis de lactose e é pobre em proteínas e gorduras, pois isso pode causar diarreia, desnutrição e até mesmo risco de morte. O ideal é buscar fórmulas específicas disponíveis em pet shops.
“O desmame pode começar a partir dos 45 dias, introduzindo gradualmente rações próprias para filhotes, que devem ser amolecidas em água morna. Embora a tradição indique o desmame aos 45 dias, recomenda-se atualmente que o filhote permaneça com a mãe até cerca de 90 dias. Isso se deve ao fato de que filhotes têm um crescimento acelerado e são suscetíveis a estresses durante o desenvolvimento”, pontua a médica veterinária da clínica São José de Ribamar.
Outro aspecto importante, conforme Lívia Melo, é a vermifugação e as primeiras vacinas. A primeira vermifugação deve ser feita aos 15 dias, repetida aos 30 dias, e depois mensalmente até os 6 meses de idade. A primeira dose da vacina é administrada com 6 semanas, com aplicações subsequentes a cada 21 dias, totalizando quatro doses.
“Para garantir a segurança do filhote, é recomendável evitar petiscos e brinquedos pequenos com pontas afiadas, que podem causar engasgos ou vômitos. Se houver um pet adulto no mesmo ambiente, é importante apresentar os dois gradualmente, para evitar estresse em ambos”, lembra Lívia Melo.
Por fim, assim que o tutor adquire o filhote, é essencial consultar um médico veterinário para receber orientações sobre cuidados nutricionais, fisiológicos, imunológicos e sobre a convivência diária. Isso garantirá que o filhote tenha um início de vida saudável e feliz.
Por Fernanda Leite
@fernandaleitecomunicacao