HOME Notícias
Conversação com inteligência artificial é cortina de fumaça, diz fundador do Inglês para Desesperado

Brasil cai no ranking de proficiência

 

A popularização de ferramentas de inteligência artificial (IA) para o aprendizado de idiomas tem gerado otimismo, mas também questionamentos sobre sua eficácia real. Para Geraldo Tinoco, fundador do Inglês para Desesperados, uma das escolas de inglês mais inovadoras do Brasil, a IA é apenas uma parte do processo de aprendizagem e não deve ser vista como uma solução mágica. "A inteligência artificial pode ajudar na comunicação, mas sozinha não leva ninguém à fluência. A saúde mental, a resiliência e a consistência no estudo são fatores que ainda dependem do aluno", afirma.

 

O Brasil enfrenta um cenário preocupante quando o assunto é proficiência em inglês. De acordo com o English Proficiency Index (EPI) 2024, divulgado pela EF Education First, o país caiu 21 posições no ranking global, passando da 60ª para a 81ª colocação. Esse declínio reflete uma série de desafios, desde a falta de políticas públicas eficazes até metodologias de ensino que não atendem às necessidades reais dos alunos.

 

Metodologia e saúde mental: os pilares do aprendizado

 

O Inglês para Desesperados, que começou em uma sala de aula improvisada dentro de um salão de beleza em Minas Gerais, hoje é reconhecido nacionalmente por sua abordagem inovadora. A escola utiliza uma metodologia que combina tecnologia, neurociência e foco na fluência prática. No entanto, Tinoco ressalta que o sucesso no aprendizado de inglês vai além de materiais didáticos ou ferramentas tecnológicas.

 

"Com o IpDLab, nossa plataforma de análise de dados, descobrimos que a maior causa de desistência ou falta de persistência dos alunos está relacionada a questões de saúde mental, física e produtividade. Muitos simplesmente não conseguem encontrar tempo ou energia para estudar de forma consistente", explica. Segundo ele, problemas como ansiedade, medo de falar em público, vícios de comunicação e aprendizagem e falta de motivação são barreiras que precisam ser superadas antes mesmo de o aluno começar a praticar o idioma.

 

Essa visão é respaldada por pesquisas acadêmicas. No livro "Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso", Carol Dweck destaca a importância da mentalidade de crescimento (growth mindset) para o aprendizado. Ela argumenta que a crença na capacidade de melhorar é fundamental para superar desafios. Já Daniel Goleman, em "Inteligência Emocional", enfatiza o papel das emoções e da resiliência no desempenho acadêmico e profissional.

 

Inteligência artificial: ferramenta útil, mas insuficiente

 

Apesar de ser uma das primeiras escolas a adotar inteligência artificial no ensino de inglês, o Inglês para Desesperados mantém uma postura crítica em relação ao uso excessivo da tecnologia. "A IA é uma ferramenta poderosa, mas não pode ser vista como a solução definitiva. Ela ajuda na prática da conversação e na correção de erros, mas não resolve questões como a falta de tempo, o estresse ou a desorganização do aluno", afirma Tinoco.

 

Um estudo publicado pela Universidade de Cambridge em 2021 reforça essa perspectiva. A pesquisa mostrou que, embora ferramentas de IA possam melhorar a eficiência do aprendizado, elas não substituem a necessidade de interação humana e de um ambiente de apoio emocional. "A aprendizagem é um processo complexo que envolve não apenas habilidades cognitivas, mas também emocionais e sociais", conclui o relatório.

 

O papel da personalização no ensino

 

Uma das grandes inovações do Inglês para Desesperados é a Matrix da Fluência, um sistema que utiliza inteligência artificial e machine learning para avaliar 23 pontos de desempenho relacionados à saúde mental, física, aspectos sociais e habilidades comunicativas. Com base nesses dados, a equipe pedagógica cria planos de ação personalizados para cada aluno.

 

"Antes mesmo de o aluno iniciar uma conversa pedagógica, já temos mais de 30 dados analisados, incluindo até a qualidade da alimentação e os hábitos de sono. Isso nos permite identificar os reais obstáculos que impedem o progresso", explica Tinoco. Essa abordagem personalizada tem sido fundamental para aumentar a taxa de sucesso dos alunos, especialmente aqueles que enfrentam dificuldades além do aprendizado do idioma.

 

O futuro do ensino de inglês no Brasil

 

Enquanto o Brasil continua a cair no ranking de proficiência em inglês, iniciativas como o Inglês para Desesperados mostram que é possível reverter esse quadro com metodologias inovadoras e um olhar atento às necessidades individuais dos alunos. "Precisamos parar de buscar atalhos e entender que a fluência é resultado de um processo que envolve dedicação, suporte emocional e ferramentas adequadas", conclui Tinoco.

 

Com uma trajetória que começou com um investimento de apenas R$ 500 e hoje atende alunos em todo o mundo, o Inglês para Desesperados é um exemplo de como a inovação, quando aliada a uma visão humanizada do ensino, pode transformar vidas e abrir portas para um futuro mais promissor.

 

PUBLICIDADE