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Presidente da Unimed Fortaleza, Marcos Aragão fala de saúde do Ceará e sobre planos para gestão

Médico é especializado em Anestesiologia e Terapia Intensiva e contou para a Frisson sobre suas ações enquanto presidente para clientes e cooperados do plano de saúde

 

Médico especializado em Anestesiologia e Terapia Intensiva, o doutor Marcos Aragão assumiu a presidência da Unimed Fortaleza em fevereiro de 2022, cargo que exercerá no para o quadriênio 2022-2026. Ex-diretor administrativo financeiro da Unimed Fortaleza na gestão de 2014 a 2018, e diretor executivo do Sicredi Ceará de fevereiro de 2018 a janeiro de 2022, o médico assumiu a gestão em um momento em que a pandemia do coronavírus se atenuava no Brasil, mas ainda gerava mudanças nos sistemas de saúde.

Seguindo o trabalho de seu antecessor, o doutor Elias Leite, Aragão conversou com a Frisson sobre sua visão sobre a saúde do Ceará, principalmente comparada a polos de saúde brasileiros, como São Paulo, e sobre suas ações enquanto presidente para clientes e cooperados do plano de saúde. 

Confira a entrevista: 

Frisson: Como foi a transição, da gestão do Doutor Elias Leite para a sua gestão?

Marcos Aragão: Foi uma transição muito tranquila. Na verdade, estamos vivenciando uma continuidade dos trabalhos e das estratégias. Compartilhamos os mesmos pensamentos estratégicos e os mesmos valores pessoais.

Frisson: Quais foram seus primeiros atos enquanto presidente da Unimed Fortaleza?

Marcos Aragão: O setor da saúde suplementar vive o período mais difícil da sua história: a demanda reprimida pós-pandemia, aliada à inflação médica, levaram os níveis de sinistro a um patamar nunca visto, por isso nossas primeiras ações foram direcionadas ao controle dos custos assistenciais e das despesas administrativas, mas sempre mantendo a excelência da nossa qualidade assistencial.

Frisson: Como o senhor avalia o sistema de saúde do Ceará, tanto público quanto privado?

Marcos Aragão: Os investimentos no setor público estão sendo direcionados para a construção e a aplicação de estruturas hospitalares. Observamos, também, uma descentralização dos atendimentos com a construção de hospitais regionais em todo o Ceará. Acredito que é necessário um investimento crescente no atendimento básico e nas ações de promoção da saúde.

Já o setor privado passa por um intenso período de consolidação e acirramento comercial.  Observamos a tentativa de grandes players nacionais entrarem em nosso mercado, porém as empresas locais lideram tanto no volume de investimentos como no número de vidas; o movimento de verticalização, que se intensificou nos últimos anos, é um reflexo deste recente cenário.

Frisson: Quando comparamos o Ceará com São Paulo, por exemplo, ou até com Recife, percebemos que há um desfalque. O que falta para o Ceará crescer na saúde, tanto de estrutura quanto de profissionais?

Marcos Aragão: Em relação aos profissionais, temos hoje no Ceará médicos capacitados e de referência em todas as especialidades, inclusive, nós da Unimed Fortaleza, somos referência regional nos procedimentos médicos mais modernos.

Vejo que existe uma lacuna nos equipamentos médicos, principalmente em relação à estrutura hospitalar e na busca da promoção da qualidade e da segurança dos pacientes por meio dos processos de acreditação.

Atualmente, a Unimed Fortaleza possui os dois maiores hospitais privados da capital, e além da acreditação internacional do Hospital Unimed, nossas unidades laboratoriais e o nosso home care também são acreditados, isso mostra o compromisso que temos com os nossos clientes.

Frisson: A indústria da saúde é uma das maiores do mundo. Mas como conseguimos olhar para a medicina ou outra área da saúde sem perder a humanização?

Marcos Aragão: O setor da saúde suplementar tem que buscar cada vez mais eficiência, afinal, os recursos são finitos e devem ser usados com sabedoria. Uma boa prática médica, voltada para a promoção da saúde e diminuição dos exageros intervencionistas, com certeza, será mais humanizada.

Frisson: Há alguma mudança que o senhor deseje aplicar no sistema de saúde da Unimed que tenha surgido devido à pandemia do novo coronavírus?

Marcos Aragão: Durante a pandemia, nossas unidades próprias foram o diferencial da Unimed Fortaleza. O Hospital Unimed e os hospitais de campanha salvaram muitas vidas. Mesmo nos momentos mais difíceis, nunca fechamos as portas e nossos médicos cooperados estavam na linha de frente com coragem e responsabilidade. Sem dúvidas foi um momento ímpar para todos nós que compomos a Unimed Fortaleza. A partir desta experiência, aprendemos que os investimentos nas nossas unidades próprias são primordiais para a sustentabilidade da cooperativa e para a segurança de nossos clientes.

Frisson: Quais investimentos que a Unimed pretende fazer, tanto para os profissionais da saúde cooperados, quanto para os clientes?

Marcos Aragão: Nossa gestão, além de estar preocupada com a perenidade da cooperativa, procura incessantemente a valorização do nosso médico cooperado. As estratégias da gestão são voltadas para garantir uma remuneração justa, como também para propiciar campo de trabalho tanto nas nossas unidades próprias, como na nossa rede credenciada.

Em relação aos nossos clientes, já conseguimos realizar muitas entregas. Em apenas um ano entregamos o novo hospital da Unimed, o Hospital Unimed Sul. Nosso home care foi certificado pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) com o selo "Acreditado Pleno - Nível 2"; inauguramos nosso centro de terapias especializadas; reformamos a emergência do Hospital Unimed e oferecemos leitos modernizados no hospital.  Sem falar que temos, hoje, o mais moderno tomógrafo [aparelho utilizado no exame de tomografia computadorizada] da Cidade em nosso Centro de Imagem. Também fomos classificados pela Newsweek, como o melhor hospital do sistema Unimed em todo Brasil, sendo o único ranqueado em Fortaleza. Nossas próximas entregas serão o Centro Oncológico, que está sendo desenvolvido em parceria com o Sírio-Libanês, e a nossa acreditação em rede de todas as nossas unidades próprias, isso é muita coisa.

Frisson: Quais os desafios que o senhor observou na sua gestão da Unimed quando o senhor assumiu o cargo? E quais ainda faltam enfrentar?

Marcos Aragão: Um dos nossos objetivos é consolidar a nossa rede própria, principalmente em relação ao Hospital Unimed Sul, sem perder a qualificação e a amplitude de nossa rede credenciada.  Outro grande desafio é o enfrentamento do mercado concorrencial, principalmente, após os movimentos de consolidação do mercado local. Os custos adicionais relacionados com a regulação e a judicialização são ameaças prementes no nosso cotidiano.

Frisson: O Hospital da Unimed entrou em rankings classificando-o como um dos melhores do mundo. A que o senhor deve essa conquista?

Marcos Aragão: A nossa preocupação com a excelência nos cuidados assistenciais sempre foram prioridade. Baseados nisso, aderimos à acreditação internacional Qmentum há cerca de 10 anos cujo objetivo é a busca pela promoção da qualidade assistencial e a construção de linhas de cuidado que garantam a segurança dos nossos pacientes. Com certeza, foram esses fatores que balizaram tão importante conquista. Vale salientar que apenas 6% dos hospitais Brasileiros são acreditados.            

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