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Arquiteto e fundador da TDois Construtora, cearense Thiago Mapurunga aposta em inovação em projetos

O arquiteto e empresário conversou com a Frisson sobre sua trajetória na área, a criação da TDois e sobre sua visão do mercado brasileiro diante do ciclo de aperto das taxas de juros do BC

Foto: Lino Vieira

Tratando da transdisciplinaridade diretamente na construção civil, o cearense Thiago Mapurunga é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Fortaleza, mas foi levado pela necessidade do mercado a explorar a gestão de obras e execução de construções. Dessa oportunidade, fundou a TDois Construtora e Arquitetura, que vem investindo em tecnologias de inovação e apostando no crescimento do mercado cearense. 

O arquiteto e empresário conversou com a Frisson sobre sua trajetória na área, a criação da TDois e sobre sua visão do mercado brasileiro diante do ciclo de aperto das taxas de juros do Banco Central. Confira a entrevista:

Frisson: O senhor se formou em arquitetura. Pode detalhar como dessa área, o senhor expandiu seus projetos para uma construtora? 

Thiago Mapurunga: Iniciei minha vida profissional como arquiteto no escritório que eu estagiava e no qual me tornei sócio pouco tempo antes de me formar. Devido a um bom "network", comecei a captar bons projetos para a empresa, o que me levou a ter uma maior participação. Na sequência, alguns anos depois, alguns clientes da área comercial e industrial me demandaram que acompanhasse as obras. Logo eu estava tomando conta da obra como um todo. E para muitos clientes, esse acompanhamento virou condicionante, e percebi que só faria novos projetos se fechasse o pacote completo, com também a execução da obra. Então foi bem natural essa minha transição de projeto para execução e gestão de obra, até que chegou em um ponto em que fui consumido mais pela execução que pelos projetos. Foi quando decidi sair da sociedade e seguir só.

Frisson: Como a arquitetura lhe ajuda na parte da construção? O diálogo entre as áreas consegue ser harmônico para o senhor? 

Thiago Mapurunga:  Acredito que esse seja nosso diferencial de mercado hoje, pois com nossa expertise em projeto de arquitetura, compatibilização de projetos complementares de outras disciplinas, conseguimos atender o cliente desde os estudos de viabilidade de negócio até a entrega no empreendimento no ponto de operação. Ou seja, na prática, o cliente só precisa ter a ideia ou intenção do que fazer que conseguimos acompanhar. Isso inclui a compra do terreno - devido às normas de viabilidade dos municípios -, aprovação em órgãos, concepção do projeto de acordo com o programa de necessidade do cliente, contratação das demais disciplinas de projetos necessários, como instalações, estruturas... Na sequência, também conseguimos orçar e buscar a melhor solução financeira e de tempo para, por fim, executar a obra e entregar tudo dentro de um planejamento financeiro de tempo.

Frisson: Qual é a proposta da empresa?  

Thiago Mapurunga: Sempre buscar descomplicar e viabilizar os planos de projeto e obra dos clientes, buscando sempre inovações, qualidade, planejamento e satisfação do cliente final. 

Frisson: Pode falar um pouco dos projetos da TDois, construções marcantes…? Como vem sendo o ano de 2023? 

Thiago Mapurunga:  Para nós, todas as obras têm um significado e um aprendizado. Até hoje, já atendemos diversos ramos de atividade, de saúde, com entrega de clínicas, obras hospitalares, obras industriais. Nesse trajeto, já entregamos também diversas obras no segmento de distribuição (galpões logísticos), pontos para receber grandes marcas de varejo no mercado, obras de faculdade, laboratórios, ambientes corporativos... Recentemente, estamos em novos desafios, com obras para supermercado, shopping horizontais (mall) para receber lojas de varejo, obras em agronegócio, corporativos para sede de empresa, entre outros. 

Frisson: A empresa fala de inovação em seus canais. Mas como funciona a inovação no setor? Há de fato muita área para inovação? 

Thiago Mapurunga:  A inovação inicia na fase de projeto, com uso de tecnologia Building Information Modeling (BIM) para construção virtual e compatibilização de projetos. Dessa forma, conseguimos prever, em projeto e em escritório, as várias variáveis e problemas que só seriam descobertos na operação em campo. Assim, diminuímos imprevistos na obra, reduzindo os custos e o tempo na operação. A construção civil é ainda muito dependente de mão de obra, pois ainda temos muitos processos artesanais. Sempre há a busca de processos para tornar a obra menos artesanal e mais industrializada e mecanizada. 

Frisson: Olhando para as perspectivas do Brasil, há uma desaceleração na economia, principalmente diante dos juros do Banco Central. O senhor percebe uma desaceleração do setor? 

Thiago Mapurunga: É natural, com os juros altos, que haja uma desaceleração e uma insegurança de investidores e empreendedores, pois fica mais caro captar recursos para a realização de projetos, como também há menos atrativos para investimentos no mercado financeiro, em comparação a outros ramos. Entretanto,sempre contamos com investidores e empreendedores que acreditam no mercado, na mudança dele e na diversificação de investimentos a longo prazo. É importante essa confiança do empreendedor para que a economia gire, pois é uma cadeia que é inteiramente comprometida caso não haja essa "garra" e perseverança de empreender e fazer acontecer

Frisson: Quando olhamos para Fortaleza, comparando com outras grandes cidades, como São Paulo, o que falta na capital cearense? 

Thiago Mapurunga: Acredito que Fortaleza, ou mesmo o Ceará como um todo, tem um grande potencial de crescimento e oportunidades. Essa é a principal vantagem em relação a centros maiores. Sobre o que falta, acredito que a prestação de serviço como um todo precisa evoluir mais, como também a qualidade e o profissionalismo.

Frisson: Quais são os planos para a empresa em 2023? Há algo concreto já em mente, como expansão, algo do gênero?

Thiago Mapurunga: Estamos sempre buscando novas oportunidades, novos setores para atingir e novos métodos para ser diferente do mercado. Não queremos entrar no mercado como concorrência de preço, mas sim para buscar novos métodos e formas de realizar tudo que chega em nossas mãos.

 

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