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Fundador do Instituto Empresariar, Cícero Rocha é especialista em empresas familiares

O empresário bateu um papo com a equipe da Frisson sobre sua trajetória no empreendedorismo, sua empresa e a área empresarial no Ceará

Foto: Divulgação

O empreendimento e o empresariado fazem parte do executivo Cícero Rocha há muitos anos. Com uma vasta experiência no mercado, tendo passado por empresas como o Banco do Brasil e Brisanet Comunicações, o cearense decidiu arriscar, juntando seus conhecimento em negócios e suas ideias para criar sua própria empresa. Assim, em 2013, nasceu o Instituto Empresariar, empresa especializada em consultoria de empresas familiares.

O empresário bateu um papo com a equipe da Frisson sobre sua trajetória no empreendedorismo, sua empresa e a área empresarial no Ceará. Confira a conversa: 

Frisson: Antes de falarmos sobre o Instituto, como foi a sua trajetória no universo empresarial? 

Cícero Rocha: Fui por 10 anos executivo do Banco do Brasil e, já no Banco, iniciei um pequeno negócio que, com passar do tempo, cresceu significativamente. Cheguei a ter oito atividades diferentes e simultâneas - indústria, comércio, serviço... A partir desse sucesso empresarial, foi onde tomei uma decisão de vida. Me desfiz de todos os negócios para assumir o meu propósito: perpetuar as empresas familiares, fundando o Instituto Empresariar.

Frisson: Sobre o Instituto Empresariar, qual a sua história e como ele funciona hoje?

Cícero Rocha: O Instituto Empresariar nasceu de um plano estratégico que montei para 30 anos, há 17 anos atrás, visando deixar um legado positivo e que envolvesse minha família e a sociedade em um propósito: “colaborar na evolução da humanidade, transformando positivamente as famílias empresárias e seus negócios”. E nossa visão de futuro é desafiadora: “impactar positivamente um bilhão de pessoas até 2040”.

Frisson: O que do ramo lhe chamou atenção na época e o que chama hoje? 

Cícero Rocha: Já no Banco do Brasil, me incomodou bastante a quantidade de empresas familiares que não conseguiam ter continuidade, trazendo não só consequências econômicas e financeiras, mas passivos emocionais para as famílias empresárias e profissionais envolvidos.

Frisson: Por que a especialização de empresa familiar? Quais são as características desse segmento? 

Cícero Rocha: As empresas familiares representam mais de 80% do mercado, são as lucrativas, as mais rentáveis, as que menos demitem em época de crises. São sistemas orgânicos, têm vida. Entretanto, mais de 70% não chegam nos filhos e 95% não chegam nos netos. Não se perpetuam por desconhecimento que existe da ciência aplicada para combater as causas raízes do problema: o desbalanceamento. Ficam só tratando e remediando as consequências como sucessão, conflitos familiares, briga de sócios e queda do desempenho, fazendo cursos e assistindo palestras generalistas. Empresas familiares têm desafios específicos e complexos que carecem de expertise, experiência vivenciada de vida e científica.

Frisson: Quais os benefícios de uma empresa familiar e como ela se diferencia de outras especializações? 

Cícero Rocha: É nesse ponto que o Instituto Empresariar está colaborando bastante com pesquisas, através do método BFB - Balanced Family Business -, que trata a empresa familiar como um sistema vivo, que tem alma, diferentemente das não familiares que são mecânicas.

Frisson: O que é o método BFB? 

Cícero Rocha: Testado em tese de doutorado e na prática em mais de 1.000 projetos

No Brasil, o BFB destaca alguns pontos: 

1) a empresa familiar é um sistema orgânico, tem vida, tem alma, se for tratada como máquina, como as não familiares, ela adoece e morre;

2) são sistemas infinitos, feitas pra se perpetuar, passar para as próximas gerações. Sua essência é crescer e não serem vendidas ou fechadas;

3) o BFB aponta que são formadas por quatro subsistemas que precisam está balanceados:  indivíduos chave, família empresária, a empresa e os sócios.

Frisson: A missão do instituto é “Servir na evolução da humanidade, por meio das famílias empresárias e seus negócios”. De que maneira ele faz isso? 

Cícero Rocha: Por meio de geração de conhecimento, auxiliando com seus especialistas:  psicólogos, economistas, administradores, educadores, advogados, todos formados no método BFB, diretamente com as famílias empresárias e executivos, formando as novas gerações das famílias empresárias.

Frisson: Como a empresa e o mundo empresarial foram afetados pela pandemia do novo coronavírus? 

Cícero Rocha: No primeiro momento, houve uma fase de negação da situação, seguida de um desânimo. Mas que agora [as empresas] estão despertando pra necessidade de se adaptar. Destaco que o grande desafio é a mudança do mapa mental das lideranças - os indivíduos chaves -, como nos aponta o método BFB. Estamos trabalhando e auxiliando fortemente com relação a ambiente digital, governança, cultura organizacional, agilidade e utilização de dados nas decisões.

 

Frisson: Quais foram as técnicas utilizadas para tentar driblar a pandemia? Houve evolução?

Cícero Rocha: Temos feito um trabalho intenso montando o propósito de vida dos indivíduos chaves - líderes, fundadores -  e das famílias empresárias, bem como revendo e adaptando toda a estratégia empresarial e a sua cultura. Outro ponto importante foi efetivar o planejamento societário para proteção do patrimônio e em especial no caso de falecimento dos proprietários. Mas a grande evolução foi nos processos de governança que implementamos. Apesar de ser uma atividade que já fazemos há décadas, com a pandemia, as famílias empresárias começaram a entender o que já vínhamos falando há um bom tempo.

Frisson: Vocês criam também conteúdo para o Youtube, Spotify e outras mídias. Como as redes sociais se comunicam com a atividade empresarial? 

Cícero Rocha: Como nosso propósito é um impacto global, estamos atuando fortemente no ambiente digital e destaco o programa “Empresariar Family”, a primeira plataforma de conteúdos digital exclusivo para Empresas Familiares do Brasil.

Frisson: Como é ser empresário no Ceará?

Cícero Rocha: É desafiador, em especial quando assumimos a presentear uma proposta diferenciada para o Brasil sobre um assunto até então de poder das escolas internacionais,  defendidas pelo Sul e Sudeste do País. Passados mais de 16 anos, já temos o reconhecimento por escolas como a USP - SP e, nos últimos 2 anos, pela Europa. Mas ainda tem muitas empresas no Brasil que necessitam do nosso auxílio e não nos conhecem, nossa expertise, método próprio e testado com sucesso em empresas familiares brasileiras, que são absurdamente diferentes de uma americana.

 

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