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Argentino critica silêncio do Papa Francisco antes da aprovação do aborto naquele país

Repreensão foi feita por sobrinho do Cardeal Antonio Quarracino, predecessor de Francisco na Arquidiocese de Buenos Aires.

 

Encontro cordial entre Papa Francisco e o presidente da Argentina no início deste ano. 

Argentina aprova o aborto através de votação no Senado totalizando 38 votos a favor do texto e 29 contra. Na prática, a partir de hoje mulheres  estão respaldadas pela Lei para abortar, ou seja, pôr fim na vida de um bebê em seu ventre que esteja até a 14ª semana de gestação, o que corresponde a 3 meses e duas semanas. Nesta fase a criança está completamente formada. De acordo com o site "Tuasaúde", com este tempo, "as unhas do bebê estão começando a crescer nos dedos das mãos e dos pés e já tem as impressões digitais. É capaz de já ter algum cabelo, sobrancelhas, assim como finos pelos no corpo. Os órgãos sexuais estão em desenvolvimento e os médicos podem ser capazes de dizer se é um menino ou menina através da ultrassonografia".

 

Diante da aprovação do aborto  chamou a atenção, sobretudo do povo católico, o silêncio do Papa Francisco Argentino. O vaticanista Sandro Magister escreveu em seu blog Sétimo Céu que o Romano Pontifíce é censurado nos meios de comunicação quando fala contra o aborto. Mas o  filósofo argentino José Arturo Quarracino, sobrinho do Cardeal Antonio Quarracino, predecessor do Santo Padre na Arquidiocese de Buenos Aires, na Argentina, discorda com veemência dessa premissa e foi dele que vieram duras críticas ao conterrêneo que atualmente ocupa a Sé de Pedro. 

 

Quarracino definiu a postura do Santo Padre como um "silêncio calculado". “Se, de fato, o Papa quisesse que as suas palavras contra o aborto tivessem um impacto maior no público, porque – pergunta-se Quarracino - ele não as pronuncia em um Ângelus, em uma grande audiência pública, como faz com suas numerosas iniciativas em defesa da natureza ou dos migrantes, e não em cartas particulares que nem mesmo 'L'Osservatore Romano informa?”.

 

Exemplo de João Paulo II

Quarracino recorda o embate de João Paulo II com poderosos deste mundo quando na ocasião buscaram ampliar a propagação do aborto."Em 1994, antes e durante a conferência internacional sobre população e desenvolvimento convocada no Cairo pelas Nações Unidas, cujo objetivo era 'garantir os direitos reprodutivos', fórmula que João Paulo II traduziu em 'morte sistemática dos nascituros'. Pois bem, João Paulo II, à medida que o evento se aproximava, trovejou em defesa da vida e da família em uma série de Angelus dominicais, chamou embaixadores de todo o mundo ao Vaticano para ouvir o que ele tinha a dizer, Ele entregou aos líderes da ONU um memorando com todas as suas objeções e recebeu o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, em uma audiência que testemunhas descreveram como "extremamente tensa". O resultado foi que a conferência do Cairo se tornou, na mídia mundial, uma batalha campal entre o papa e os poderosos do mundo, a favor ou contra o aborto, anticoncepcionais e esterilização. Os enviados de guerra mais famosos chegaram ao Cairo; para a CNN, Christiane Amanpour". 

 

Carta sem relevância pública 

O filósofo se refere às  missivas particulares do Papa Francisco, sem relevância pública, como a escita em forma de bilhete para  um grupo próvida de mulheres  Argentinas. Na carta, o papa se limitou a criticar o aborto, mas sem referências ao Projeto de Lei de legalização do ato que estava tramitando em sua terra natal, motivo,  aliás, da carta das mulheres.  “O problema do aborto não é principalmente uma questão de religião, mas de ética humana, antes mesmo de qualquer confissão religiosa [...] É bom fazer-se duas perguntas: para resolver um problema, é justo eliminar uma vida humana?".

 

Quarracino destaca ainda  o encontro do Papa com o presidente da Argentina Alberto Fernández em janeiro deste ano. "O presidente argentino foi recebido em visita oficial por Francisco, em clima de generosa cordialidade. Naquela ocasião, não só os dois nem sequer se referiram à decisão abortista de Alberto Fernández, como também Dom Marcelo Sánchez Sorondo celebrou uma Missa escandalosa na cripta onde estão os restos mortais de São Pedro, dando-lhe a comunhão, apesar de sua confessada 'fé' abortista e sua decisão de promover a pena de morte pré-natal". 

 

O sobrinho do cardeal Quarracino não enxerga com bons  olhos a aproximação do Santo Padre de grandes instituições que ao longo de sua existência foram pródigas financiadoras do aborto como as fundações Ford e Rockfeler. "O  Papa se pronuncia sobre o aborto com 'formulações doutrinariamente justas e precisas', [mas] também se sabe da "cooperação do Pontífice com o Conselho para o Capitalismo Inclusivo, como se fosse o capelão daquele empreendimento da grande plutocracia internacional, com empresas e personagens que em sua totalidade foram responsáveis ??pela implementação do maior genocídio conhecido na história da humanidade, o dos nascituros. Bergoglio compromete sua participação em um empreendimento político-econômico, associado com aqueles que implementaram e executaram o genocídio que ele mesmo critica. Quer dizer: crítico nas palavras contra o aborto, mas parceiro de ações com os promotores do aborto. Não é um pouco esquizofrênico?”, denuncia Quarracino. 

 

Sugestões que não se realizaram 

“Se a posição [do Papa] fosse contundente, o que ele deveria fazer, e ainda há tempo, é escrever pública e oficialmente, em papel timbrado, cartas ao presidente e à vice-presidente argentina Cristina Kirchner, expressando sua rejeição total e absoluta [ao aborto]. Também poderia - e deveria fazê-lo - pedir orações para que a Argentina enfrente com sucesso a ofensiva genocida em curso, tanto nas audiências de quarta-feira quanto no Ângelus de domingo. Se ele se compromete publicamente com outras temas - o meio ambiente, os imigrantes, a desigualdade econômica global - por que não o faz nesta questão, que é mais importante do que as mencionadas?”, prossegue  o filósofo em sua carta a Magister, no dia 24 de dezembro.

 

O Papa prosseguiu no  silêncio, não sabemos se calculado,  e seis dias depois o aborto foi aprovado em sua terra Natal. 

 

A contundente carta de José Arturo Quarracino termina com palavras ainda mais fortes dirigidas ao Papa Argentinio. "Fazer negócios com os donos do Poder Mundial- os Rothschilds, os Rockefellers, a Fundação Ford, etc. - não é grátis. Pedem o sangue de quem pode pôr em perigo o seu ‘reinado’ mundialista, como Herodes”, conclui o filósofo sobrinho do cardeal Quarracino. 

 

 

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