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PIX: confira como funciona o novo sistema de pagamentos do Banco Central

Na prática, o Pix irá fazer com que contas de banco - correntes, poupanças ou carteiras digitais - funcionem como uma forma própria de pagamentos

Foto: Divulgação

Construído pelo Banco Central em conjunto com outras instituições financeiras, o sistema Pix foi aberto para cadastros na última segunda-feira, 5, e funcionará como um meio de pagamento eletrônico. A plataforma entra em vigor para operações a partir do dia 16 de novembro, mas usuários já podem se cadastrar com as chamadas “chaves” por meio de aplicativos de bancos como Santander, Bradesco, Itaú, Caixa e fintechs (os bancos on-line).

O projeto foi lançado em fevereiro de 2020 e poderá ser cadastrado por pessoas físicas e jurídicas. Para o registro da chave, é possível utilizar o CPF ou CNPJ, o e-mail, um número de celular ou uma chave aleatória. O processo pode ser feito pelos aplicativos dos próprios bancos. 

Segundo informações do Banco Central, até a noite de segunda-feira, mais de 3,5 milhões de pessoas já haviam se cadastrado no sistema. Na prática, o Pix irá fazer com que contas de banco - correntes, poupanças ou carteiras digitais - funcionem como uma forma própria de pagamentos, concorrendo diretamente com os cartões e maquininhas. Com o Pix, a ideia é que seja possível pagar boletos, contas, impostos e compras instantaneamente. 

Novidades do sistema

A diferença do Pix para os formatos TED ou DOC é que a nova plataforma não necessita de tantas informações - como CPF e nome completo - quanto esses formatos, possibilitando, por exemplo, a leitura de QR Codes, de forma a facilitar as operações. 

Ainda, o Pix se diferencia desses outros formatos pela rapidez nas transferências. “A diferença, por exemplo, da TED é que ela tem um horário pré-definido, deve acontecer durante o dia, em dias úteis. Com o Pix, você pode fazer transferências 24 horas por dia, 7 dias na semana. Você faz a transferência quando você quiser, nos domingos, três horas da manhã… Para o DOC, a diferença é que a transferência só cai no outro dia. Você já vê uma celeridade nessa forma de pagamento”, explica Allisson Martins, economista e professor de Economia da Universidade de Fortaleza (Unifor). 

Outra vantagem é que, além de transferências rápidas, o Pix possibilita o pagamento instantâneo de contas, sem a necessidades de um número de dias úteis para a validação do desembolço. 

Competição e mercado

Além da velocidade, o novo sistema permite um  leque de oportunidades para empresas fintech, de tecnologia e outros segmentos menores, possibilitando que novos empresários possam participar dos processos, antes limitados a um pequeno grupo de instituições. “Com o Pix, vai ser um sistema que irá facilitar para que empresas pequenas, de tecnologia e startup possam oferecer serviços de pagamento. Assim, ficará muito mais simples para pequenos empresários ingressem nessa área do que é atualmente. Hoje é um sistema mais fechado. O Pix vai ser a transformação desse mercado”, completa o professor. 

Abrindo portas para pequenas empresas, o sistema poderá aumentar a competitividade do mercado de pagamentos e dissolver o monopólio do setor específico.

Acesso à internet

O sistema, apesar das novidades vantajosas para o consumidor, também possui limitações. Para a realização dos pagamentos e transferências, é necessário que haja uma conexão de internet, fator que pode ser um empecilho para a inclusão digital prometida, visto que será necessário aumentar o acesso da internet para que a população consiga usar o sistema. Entretanto, segundo o professor Allisson, apesar de um problema atual, é possível que essa barreira estimule mudanças na própria inclusão digital. 

“A questão de conexão pode ser um fator limitador. O supermercado e o mercadinho terão que disponibilizar internet. Isso pode ser restrito no início, mas eu acredito que essas coisas vão evoluir. Eu participei de eventos do BC e vi que as pessoas estão realmente querendo quebrar essas barreira".

 

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