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Médica Integrativa e CEO da clínica Quintessence, Lucianna Auxi Costa fala sobre saúde e equilíbrio

Médica fundou, junto ao seu marido, a clínica Quintessence e, desde então, vem lançando protocolos diferenciais para a saúde

Foto: Lino Vieira

Não foi assim que se formou na faculdade que a infectologista Lucianna Auxi Costa descobriu a medicina integrativa, mas sim ao perceber uma ausência na busca do bem estar na saúde como um todo, ainda quando trabalhava como plantonista em UTIs, em 2006. Na busca pelo bem estar de seus pacientes, encontrou a Medicina Ortomolecular, modalidade que utiliza do equilíbrio para a manutenção da saúde, e percebeu que era nessa lógica que gostaria de trabalhar.

Dessa forma, fundou, junto ao seu marido, Fernando Costa, a clinica Quintessence. Desde então, vem lançando protocolos diferenciais para a saúde, como o "fat burn", que pretende queimar gordura de forma integrada com a nutrição e a educação física, e a "fibro", que atende pacientes com fibromialgia.

Ciente de seu papel na medicina do Norte e Nordeste, por ser natural do Pará e formada em Medicina pela Universidade do estado, Lucianna conversou com a Frisson sobre seus desejos de trazer tecnologias da saúde para as regiões e sobre seus valores - que incluem o cuidado, o equilíbrio e o conhecimento.    

Frisson: Como começou sua jornada na Medicina e como ela se expandiu para a biotecnologia? 
Lucianna Auxi Costa: Sou uma médica que sempre gostou de laboratório. Quando fiz a residência de Infectologia, eu também ficava no laboratório da Escola Paulista de Medicina no setor de imunologia, e aprendi muito com as profissionais de lá. Fiz mestrado em Análises Proteômicas na Universidade de Fortaleza (Unifor), e foi um passo rápido para o doutorado na Universidade do Estado do Ceará (Uece) dentro da temática da covid-19. Analisei os primeiros casos que internaram no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e avaliei as proteínas que ajudavam na sobrevivência.
 
Frisson:  senhora possui especialização em infectologia e medicina integrativa. Pode nos contar sobre essa trajetória acadêmica e profissional, onde realizou seus estudos e como começou a trabalhar na área? 
Lucianna Auxi Costa: Tenho residência em Infectologia e Medicina Intensiva, e trabalhei como plantonista em UTIs por dez anos! Mas, após este tempo, eu não estava feliz com o que a medicina me dava. Ainda não era isso que eu tinha que fazer aqui na Terra. Eu queria ver as pessoas bem, sem doenças. Mas como iria conseguir fazer isso, eu não sabia. Até que, após uma depressão, separação conjugal e baixas financeiras, em um momento que estava tudo ruim na minha vida em São Paulo, eu encontrei a Medicina Ortomolecular e tudo fez sentido. Eu poderia cuidar das pessoas na sua química fina, cada um era diferente. O genótipo reage ao meio ambiente criando a doença, então eu poderia “descriar” a doença. Isso foi em 2006.
 
De lá para cá, fiz muito cursos soltos. Não tinha a especialização em Medicina Integrativa como temos hoje, onde você encontra tudo em um só local. Fiz vários cursos dentro e fora do Brasil para resultar no que faço hoje. Fiz Fitoterapia Chinesa com Dr. Lo Der Cheng, Biorressonância com a Dra. Sumiê Iwasa, Homotoxicologia e Biorregulação, todos em São Paulo, e sou integrante da American Association of Anti Aging Medicine (A4M), em Medicina Regenerativa. 
 
Frisson: Você atua com medicina integrativa. Pode esclarecer do que se trata essa medicina? Como ela se relaciona com práticas orientais? 
Lucianna Auxi Costa: Medicina Integrativa é um conjunto de ciências usadas para ajudar/tratar um ser humano. Como a ciência entende tudo que pode e deve ser atestado pela bioestatística ou chancelado pelo tempo, como a Ayurveda. O paciente é o centro do cuidado em um olhar amplo, em muitas camadas. A pessoa que entender este conceito, tem que saber que é corresponsável também pelo resultado. Não existe mais uma “pílula mágica” que tira todas as mazelas. Esse modelo linear ficou pra trás, nos anos 1990. Hoje o paciente quer saber e discutir sobre o tratamento dele, pois é a vida dele. Então não tem mais essa de maternalizar o cliente, ele também é criador da própria saúde. 
 
Frisson: A senhora também fala da ciência Ayurverda. Pode esclarecer do que se trata esse conceito e como o conheceu? Como ele se relaciona com a medicina na prática?  
Lucianna Auxi Costa: Ayurveda significa "ciência da vida" ou "ciência da longevidade", que foi passado para nós com muito cuidado e atenção. Nós, alunos eternos dela, temos que ter respeito, pois é uma ciência de dez mil anos! O praticante de Ayurveda sabe exatamente o que desorganiza sua saúde e o que a traz de volta aos eixos. Todos os dias, temos várias possibilidades de desarmonizar, como resfriados, gastrite, diarreia, preocupação, stress... Mas de noite, é sua obrigação fazer algo para dormir "harmonizado" novamente. Dentre as práticas para tal, temos os vários tipos de ioga, meditação, alimentação por meio dos doshas (caracteristicas psico-físicas) e massagens. Na prática, eu diagnostico o dosha que está desarmonizado, falo sobre ele e prescrevo alguns suplementos do Ayurveda, que sempre estão presentes na minha receita. 
 
Frisson: Como a medicina integrativa pode contribuir para o momento pós-pandemia, em que a saúde, apesar de ter virado foco, foi recheada de notícias falsas e informações sem embasamento científico? 
Lucianna Auxi Costa: Eu só vejo esse lado para a nossa proteção no futuro para novas pandemias, porque a covid-19 foi só o começo, sem querer ser fatalista e falando como Infectologista. Infelizmente, existem alguns lados que temos que saber: Primeiro, médicos inexperientes e mal formados, que não têm residência, estão  prometendo curas, coisa que médico nenhum pode prometer; e segundo, médicos que insistem em dizer que isto não tem estudos, se agarrando em modelos antigos enquanto que a população quer saber do ciclo da mitocôndria. Tenho pena destes. Ou não sabem procurar no PubMed (importante site científico), ou não sabem inglês, ou têm medo de ficar sem clientes. Para os dois grupos em questão, eu digo: estudem e tenham parcimônia. Não tenham medo de mudar, tenham cuidado com as ”verdades absolutas”, acima de tudo, honrem o juramento de fazer o bem e não fazer o mal.
 
Frisson: Você agora também é empresária, sendo uma das fundadoras da clínica Quintessence. Como conciliar ambas atuações? 
Lucianna Auxi Costa: Está bem pesado (risos), mas eu gosto de um bom desafio! Comecei a surfar agora, com quase 50 anos! Estou me preparando para andar de skate, vocês vão ver! Eu me sinto na obrigação de entregar um bom resultado, um bom atendimento. Meu paciente não é "mais um". Eu sei o nome dos filhos, do marido, da esposa. Sei com que trabalha. A médica encontrou a empresária e agora eu me denomino “Empresária da saúde”. Nunca pensei que fosse gostar disso, mas agora chegou a hora. A gente precisa de mudanças pra não adoecer, para não ter demência. Quero avançar neste seguimento com meus cursos e mais surpresas virão, se Deus quiser, aguardem! 
 
Frisson: Pode falar um pouco sobre a ideia da clínica e o processo para sua inauguração? 
Lucianna Auxi Costa: A Quintessence Medicina Integrativa nasceu do meu desejo de cuidar da família como um todo e de oferecer para o Nordeste e Norte coisas que há no Sudeste e fora do País. Quero que meu estado seja destaque com pessoas bem cuidadas para que elas façam um bom trabalho no País. Com a vinda do Fernando, meu marido, isso pode se tornar realidade porque eu sou “a cara” das ideias, das realizações, e claro, dos atendimentos e o Fernando é “o cara” do financeiro, da organização, das agendas, de falar com os colaboradores etc... Eu precisava de uma pessoa assim, pois sou totalmente desorganizada no sentido de agenda. Eu sou o caos criativo, que é maravilhoso, mas não cresce sozinho. Então eu agradeço ao Fernando a estabilidade para o nascimento da empresa. 
 
Frisson: A clínica inaugurou no fim do ano passado. Como vem sendo sua evolução e quais os planos para 2023? 
Lucianna Auxi Costa: Este nome quer dizer "ser humano" na sua mais alta expressão, e ela traz essa força para o ambiente. Eu dediquei a todos os meus antepassados, ao meu pai, ao meu sogro (que é meu tio), tias, avós, avôs, a todos, então ali é um local muito abençoado. Eu digo que é a minha casa, e todos que quiserem cuidados, serão bem vindos. Estamos trabalhando 12 horas por dia, mas está valendo a pena demais, eu sabia que iria ser assim. Está tudo bem, graças a Deus!
 
Frisson: Você lançou o Fat Burn este ano. Pode explicar do que se trata?
Lucianna Auxi Costa: Lançamos o "fat burn" em janeiro e o "fibro", em fevereiro. A ideia é lançar um protocolo por mês, unindo tudo o que aprendi esses anos todos e em comemoração a abertura da clínica. Especificamente, o "fat burn" é a queima rápida da gordura com mudança no metabolismo e disposição, sem cara de cansaço ou perda de massa muscular. Quero atacar a gordura subcutânea sem lipoaspiração, uma gordura que não sai com dieta ou exercícios, a famosa "pochete". Já o "fibro" foca na dor e no cansaço da pessoa com fibromialgia, uma doença altamente complexa e que não tem sitio anatômico.
 
Frisson: Quais são os cuidados para um processo de emagrecimento saudável? 
Lucianna Auxi Costa: É um passo a passo, se a gente consegue um objetivo, a gente consegue todos. Primeiro, a gente tem que entender de uma vez por todas que precisa se exercitar. O metabolismo cai após os 30 anos, e quanto mais cedo a gente aceitar isso, melhor. Segundo, se exercitando vem a vontade de come, e se você come certo, o intestino funciona e você perde mais peso. Perdendo peso, você dorme mais tranquila e assim vai. Onde a gente se perde? Querendo fazer tudo de uma vez, pra ontem! Não conseguimos e a gente desiste e vai comer uma barra de chocolate. Temos eu ter calma. É igual no surf, sou a mais persistente porque sou a mais velha. Tenho orgulho de surfar com meninos de 25 anos, mas não foi da noite para o dia. Tive que ter calma e amor comigo mesma. Quem sabe não viro surf coach para as coroas? 
 
              
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