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Professor e educador, Vasco Vasconcelos ensina física e matemática de forma leve; confira entrevista

Com 53 anos, Vasconcelos é formado em Engenharia Civil pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e licenciado em Física pela Universidade Estadual do Ceará (Uece)

Foto: Lino Vieira

Amante da física e da matemática e, o mais importante, pela sala de aula, o professor Vasco Vasconcelos já reúne 33 anos de trajetória no ensino, entre aulas em Fortaleza e Juazeiro do Norte. Dono do curso Vasco Vasconcelos, que pretende ensinar as ciências exatas de forma leve para os estudantes, o docente acredita na educação como transformadora e coloca peso na sua função como educador. 

Com 53 anos, Vasconcelos é formado em Engenharia Civil pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e licenciado em Física pela Universidade Estadual do Ceará (Uece). Ainda, é pai três filhas: Aline (psicóloga e estudante de medicina), Lais (estudante de veterinária) e Marina (estudante de odontologia). 

O professor e educador conversou com a Frisson sobre sua trajetória no ensino e sua visão sobre o tema. Confira: 

Frisson: São 33 anos de carreira no ensino. Conta um pouco da sua história. 

Vasco Vasconcelos: Sempre fui um apaixonado por educação. Considero ser professor uma profissão, ser  educador, um dom. Aos 20 anos iniciei minha carreira profissional, onde montei o Curso Vasco Vasconcelos. Um grande percentual dos profissionais de nossa Cidade passou pelas nossas salas de aulas. Montamos um colégio que, por percalços inerentes ao mercado, nos levou a encerrar as atividades em dezembro de 2006.

Frisson: Quais suas atividades atuais, além do curso? Onde ensina?

Vasco Vasconcelos: Gratidão é uma das palavras que carrego com maior fervor no meu dia a dia. Esse ano completo 15 anos de serviços prestados ao Colégio Ari de Sá, casa onde encontrei pessoas que me incentivaram a continuar a usar meu nome, uma marca de excelência educacional, nos meus cursos particulares. Sou muito grato ao Dr. Oto de Sá Cavalcante pela forma gentil e humana com que me acolheu em 2007, tendo me proporcionado experiências nacionais representando o sistema de ensino do Grupo. Outra instituição que guarda minha gratidão é o Curso Evolução, de Juazeiro do Norte de propriedade do professor Ivanildo Pinho, um amigo e incentivador de minha carreira solo, no qual leciono há 11 anos, fazendo da ponte aérea Fortaleza-Juazeiro do Norte, uma ação semanal. 

Frisson: Quanto tempo já tem de curso? Como foi da idealização a realização de inaugurá-lo?

Vasco Vasconcelos: O curso Vasco foi meu primeiro emprego no ramo educacional e nasceu há 33 anos pela dificuldade em conseguir me colocar no mercado à época pela minha pouca idade. Com a ajuda do professor Nelson Campos, montamos uma equipe invejável, um time de excelência que marcou para sempre a história educacional de Fortaleza.

Frisson: Qual acredita ser o diferencial do seu curso?

Vasco Vasconcelos: Hoje trabalho sozinho nas duas disciplinas que leciono, matemática e física. É muito difícil fazer autoelogio, pois podemos incorrer numa vaidade boba. Porém, há 33 anos escuto de meus ex-alunos que a didática é um dos nossos maiores diferenciais.

Frisson: Como é ensinar nos dias de hoje, quando os jovens estão mais conectados em telas?

Vasco Vasconcelos: Sabe quando você faz de um limão uma limonada? Então, durante a pandemia, fomos obrigados a encarar uma dura realidade: a aula remota! Porém, nessa ocasião, precisamos nos desdobrar em mil na criatividade para prender a atenção dos alunos na tela. E desde então aderi ao uso das mais modernas tecnologias até nas aulas presenciais, com utilização de recursos digitais e interativos que só potencializaram o aprendizado de nossos discentes.

Frisson: Quais seus planos e sonhos ainda a realizar nos próximos anos?

Vasco Vasconcelos: Já dou aula para filhos dos meus primeiros alunos, a maior bênção que a vida ainda me daria era saúde para manter o ritmo e ensinar muita gente ainda. A sala de aula é meu templo, a educação é o ar que respiro. 

Frisson: Estamos vivendo em um momento em que a necessidade da educação precisa ser reafirmada. Você, como professor, vem observando alguma mudança na priorização da educação? 

Vasco Vasconcelos: O assunto educação é sempre um tema que merece a máxima reflexão e respeito,  pois temos 500 anos de história a ser repensados, onde muitos conceitos foram deturpados e o objetivo maior da cultura foi esquecido. A educação promove mudanças e sempre será uma pauta principal de qualquer nação. 

Frisson: Em época de eleição, é difícil não pensar que a educação é necessária para um voto consciente. O senhor concorda com a afirmação? Pode explicar mais como a educação é necessária para a democracia?

Vasco Vasconcelos: A verdadeira educação traz a oportunidade de fazer análises comparativas e indagações a si mesmo frutos de uma mente livre, independente. Para não causar nenhum tipo de má interpretação, minha crença é de que a democracia pautada no respeito, algo imprescindível para o livre exercício das ideias.

Frisson: Como o senhor percebeu a mudança da educação na pandemia? 

Vasco Vasconcelos: Durante a pandemia veio à tona a visão acerca do atraso que temos na utilização dos aparatos tecnológicos que são acessórios imprescindíveis para o sistema educacional. Nada substitui um professor em sala de aula,  mas em tempos de alta tecnologia, saber usá-la é uma ferramenta de conquista do processo educacional. Esse atraso na intimidade com a aula mais tecnológica causou uma perda irreparável de dois anos na vida de muitos educandos.

A pandemia foi um forte indicador para nos mostrar quais as idades que têm mais liberdade de gestão do seu cronograma de estudo diário. Esses desafios englobaram todas as instâncias envolvidas: escola, família e educação.

Frisson: O que é ser professor para você? 

Vasco Vasconcelos: Costumo diferenciar as palavras professor e educador. Professor é uma profissão que qualquer pode exercer basta ter uma licenciatura. Ser educador é o mister de um professor. A responsabilidade atrelada à sala de aula é enorme pois envolve no processo de aprendizagem toda uma cadeia. Como educador há 33 anos não abdico, dada a demanda, da liturgia do magistério.

 

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