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Refletir sobre as consequências dos agentes químicos na alimentação é cada vez mais urgente. Essas substâncias com potenciais tóxicos para o nosso organismo estão abundantes e presentes em muitos dos itens alimentícios do nosso dia a dia.
Quando tomamos consciência dos perigos que esses elementos trazem à nossa saúde, percebemos que parece impossível fugir desses disruptores endócrinos. No entanto, existem maneiras de evitar o contato com os agentes químicos na alimentação para reduzir a exposição do nosso organismo o máximo possível.
A água que bebemos
Os agentes químicos encontram-se presentes até na substância mais essencial à vida: a água. Atualmente, a água que consumimos passa por processos de tratamentos que incluem quantidades massivas de metais pesados.
Não devemos deixar de beber água. Porém, sempre que possível, devemos beber a água alcalina. Recomendo sempre o uso de filtros para retirar as impurezas que forem possíveis a fim de torná-la a substância mais pura o possível.
Infelizmente, os metais pesados presentes na água podem ser absorvidos pelas nossas células pelos mesmos receptores dos hormônios e, assim, alterar o seu funcionamento.
Uso de plásticos e efeitos do BPA
Muitas vezes, temos o costume de embalar alimentos com o plástico. No entanto, esses materiais alteram completamente o funcionamento do sistema hormonal e estão conectados ao aumento da incidência de câncer.
Plásticos são disruptores endócrinos que funcionam como xenoestrogênios, que quando entram em contato com o organismo agem como hormônios. Assim, ligam-se aos receptores do organismo como se fossem chaves. No entanto, não servem ao bom funcionamento das células, e sim ao mau funcionamento, gerando problemas.
Embora o uso de plásticos faça parte do nosso cotidiano moderno, os problemas causados por esses materiais – principalmente aqueles que têm bisfenol A – BPA – são duradouros. Em especial, porque o seu efeito é cumulativo, ou seja, o organismo não sabe livrar-se dessas substâncias.
As substâncias liberadas pelo plástico não estão presentes apenas nessa situação. Infelizmente, são considerados onipresentes em cosméticos, embalagens, maquiagens e diversos itens que levam plástico em sua composição.
Principalmente quando esses plásticos sofrem mudanças na temperatura, como nos casos em que ficam no freezer, vão ao forno e, infelizmente, passam esses disruptores aos alimentos.
Agrotóxicos
Parece impossível evitar o contato com o agrotóxico, porém, é cada vez mais importante. Embora os agrotóxicos garantam que fungos e bactérias não infectem os alimentos, infelizmente, podem fazer com que toda nossa comida seja envenenada.
Em vez de sermos atingidos diretamente, como são atingidos os seres que podem destruir uma lavoura, esses efeitos dos agrotóxicos surgem de forma lenta. Aparecem no aumento dos casos de autismo, conforme estudos comprovam. Aparecem no aumento dos casos de doenças crônicas.
Afinal, nós seres humanos não passamos por nenhum fator interno biológico que favoreça tais alterações. Apenas mudamos os nossos hábitos de vida e passamos a viver com mais pressa, consequentemente, com uma alimentação de pior qualidade.
Como melhorar os hábitos?
O estilo de vida que levamos atualmente tende a ser desfavorável à longevidade e ao bem-estar. Quando consumimos sem uma reflexão, podemos ficar cada vez mais intoxicados pelos agentes químicos. Assim, podemos adoecer, precisar de medicamentos e entrar em uma cadeia de sintomas de onde fica muito difícil sair.
Portanto, se não podemos evitar 100% das agressões dos disruptores endócrinos, ao menos, devemos ficar longe daqueles que podemos e realizar substituições.
Fica a reflexão: estamos desembalando ou descascando mais? Escolhas mais conscientes podem afastar nossos organismos dos efeitos nocivos dos agentes químicos da alimentação.
Dra. Maryna Landim Borges
Nutrologia e Medicina Preventiva