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Volta à vida presencial pode causar estresse em pets. Veja dicas para facilitar retorno para animal

Veterinárias dão dicas sobre como facilitar a vida do animalzinho, que se acostumou com o dono em casa

Foto: Divulgação

A pandemia mudou a rotina de muitas pessoas. Quem antes passava parte do dia fora de suas casas teve que se adaptar a um novo dia a dia em que as horas na rua foram convertidas em momentos em suas residências. Entretanto, com a retomada da economia e a abertura gradual dos estabelecimentos, uma nova adaptação vem sendo necessária. Essa mudança afeta não só as pessoas, mas também seus pets de estimação. 

Antes acostumados com a ausência do dono - seja para trabalho ou estudo - os animais se adequaram à nova rotina, em que as pessoas passam a ficar mais em casa e a dar mais atenção para o pet. 

Segundo a professora e doutora em Ciências Veterinária Annice Cortez, no contexto atual, em que o animal de estimação é visto como um membro da família, houve a criação de uma dependência que aumentou durante os meses de isolamento social. “Essa separação agora da volta ao trabalho externo pode gerar uma situação de ansiedade e estresse, pois ele [o pet] estava muitas vezes lá, deitado no pezinho do tutor embaixo da mesa do computador”.

A mudança é mais perceptível e frequente em cães do que em gatos pois, segundo a professora, por ser um animal noturno e que geralmente passa o dia dormindo, o felino pode não perceber mudanças drásticas com a volta do dono à rotina fora de casa. 

A docente destaca que as principais mudanças são a partir de dois extremos: ou o animalzinho pode ficar mais quieto, se recusar a comer ou a beber água e passar mais horas dormindo que o normal, ou pode se mostrar mais agitado, agressivo e inclusive destruir alguns objetos. “Isso pode inclusive diminuir a imunidade para o ele e deixar ele mais suscetível a infecções bacterianas e virais”. 

A professora veterinária Maria Fátima, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), ressalta que essa mudança do comportamento do animal é uma forma de chamar atenção do dono. “Alguns animais mudam o temperamento e podem inclusive destruir alguma coisa. Primeiro porque ele quer gastar energia, segundo porque ele quer chamar atenção”, explica a docente, que integra o grupo da Universidade que vem pesquisando sobre o coronavírus. 

A ideia para facilitar a volta ao trabalho é começar a voltar de forma gradativa, sempre deixando o cãozinho com distrações em casa. A professora Annice sugere deixar uma roupa ou tecido com o cheiro do tutor para o cãozinho ou a musicoterapia, que consiste em deixar uma música tranquila para o animal. “É fazer com que o animal, na ausência do dono, tenha atividades, como um brinquedinho diferente, algo que ele possa se distrair na ausência do dono”, ressalta. Outra ideia é “recompensar” o animal quando o tutor voltar do trabalho, com brincadeiras ou um passeio. 

Ainda de acordo com Annice, o ideal é também manter a calma, pois a ansiedade do tutor pode também passar para o animal de estimação. 

 

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