Foto: Lino Vieira

Antes de escolher ser dentista, Nathália da Escóssia pensou na Arquitetura. Mas, tendo como inspiração avô, pai e mãe, os renomados dentistas Jório Almir da Escóssia, Jório da Escóssia Jr e Vânia Bandeira de Mello, respectivamente, foi se descobrindo na verdade uma "arquiteta de sorrisos”. Hoje, especializada em Ortodontia e mestre em Odontologia, ambas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Nathália trabalha na inovação da área e busca trazer bem estar aos seus pacientes pela qualidade de vida a partir da saúde bucal. 

A doutora conversou com a Frisson sobre os desafios da pandemia na saúde pela visão da ortodontia e nos seus objetivos para 2022. Confira a entrevista: 

Frisson: Você seguiu a odontologia. Além da influência familiar, que outros motivos levaram você a escolher a odontologia?

Nathália da Escóssia: Sempre quis ser dentista, mas antes de escolher, eu pensei em fazer arquitetura. Adorava fazer o planejamento dos espaços, principalmente de quartos, e passava um tempão pesquisando nas revistas o que poderia ser feito de diferente para deixar o ambiente ainda mais interessante.

Com o tempo, descobri que a minha verdadeira vocação é a odontologia. Hoje, gosto de pensar que sou uma arquiteta do sorriso! Assim como na arquitetura, existe todo um planejamento por trás do meu trabalho, e nada me deixa mais satisfeita do que pensar com carinho em cada etapa, para ao final do tratamento ver a expressão de satisfação nos rostos dos meus pacientes. E é por tudo isso que considero o sorriso como a minha obra! A influencia que tive da minha família foi como inspiração e também o meu lado perfeccionista das coisas.

Frisson: Como a Clínica Jório da Escóssia fez parte da sua vida antes da faculdade? Você já participava de alguma forma?

Nathália da Escóssia: A odontologia está presente na minha vida há anos. Sempre gostei de ir na clínica dos meus pais quando era criança. Era como se fosse a minha brincadeira. É uma grande responsabilidade pra mim, afinal tudo começou com meu avô [Jório Almir da Escóssia], que se tornou um grande nome na odontologia. E meus pais também são dentistas. É um desafio representar eles, que são pessoas surpreendentes e batalhadoras na área. Sempre procurei fazer o meu melhor, com muito profissionalismo e amor. Muitas pessoas acham que, por ter toda essa “facilidade” da odontologia, era mais fácil. Eu não acho, pois você acaba se cobrando mais para nunca os decepcionar. Mas, com o apoio deles, tudo ajuda muito no dia a dia.

Frisson: Seu pai é um grande profissional de odontologia e um grande empresário. Como se inspira nele? 

Nathália da Escóssia: É um desafio representar ele, que é uma pessoa surpreendente e batalhadora na odontologia. Ele sempre procura ver as novidades do mercado e trazer para os nossos pacientes. Eu sempre procurei fazer o meu melhor com muito profissionalismo e amor. Sou virginiana, então o perfeccionismo está no meu DNA.

Frisson: E agora, como você enxerga os principais valores da clínica? Acredita que, como gestão, ainda há aspectos a melhorar?

Nathália da Escóssia: Na vida, não existe perfeição, existem processos. Acredito que estamos diariamente em uma busca pelo êxito e excelência. Muitas vezes falhamos, mas tentamos sempre contornar e trazer novidade e melhoria para os pacientes

Frisson: Como seu trabalho foi ou está sendo afetado pela pandemia?

Nathália da Escóssia: Fomos muito afetados, sem dúvidas. Tivemos tratamentos que precisaram ser interrompidos e outros adiados. Foi e está sendo uma situação delicada nessa retomada, mas sempre procurando o melhor para os nossos pacientes e, agora mais do que nunca, sinto as pessoas mais fragilizadas e precisando ainda mais da nossa atenção. Falo que somos muitas vezes psicólogos e procuro sempre tratar meus pacientes com carinho e atenção, valorizando cada um que confia no meu trabalho

Frisson: Com a pandemia e com o aumento de doenças psicológicas, você observou novos problemas odontológicos, como bruxismo, por exemplo, ou o aumento da procura de algum procedimento estético?

Nathália da Escóssia: Sem dúvidas, a Covid trouxe, além de incontáveis sequelas, perdas e traumas profundos. Um deles, sem dúvidas, foi a ansiedade. Muitos pacientes chegam com sinais de bruxismo e dores locais. Junto com o acompanhamento psiquiátrico e psicológico, o trabalho do dentista também entra com a finalidade de trazer conforto através de placas, lasers e outros procedimentos para aliviar as tensões e desconfortos, além de procurar cada vez mais melhorar a autoestima com tratamentos estéticos.

Frisson: A odontologia tem sido uma área em constante mudança, junto com a medicina, em relação à tecnologia. Quais tendências você prevê para os próximos anos na área?

Nathália da Escóssia: É importante sempre estarmos nos atualizando. Costumo dizer que a ciência é única, mas ela tem desdobramentos fundamentais para melhorias. Falo constantemente para meus colegas de profissão que precisamos saber e entender a raiz, aquela do livro da faculdade. Mas também precisamos nos atualizar para o que de novo existir. A odontologia digital chegou para ficar e para proporcionar mais conforto para os nossos pacientes, além de tratamentos inovadores como os alinhadores estéticos, nos quais você consegue devolver o tão sonhado sorriso de forma confortável, estética e previsível.

Frisson: Além da tecnologia, para onde acredita que a odontologia está caminhando? Para que tendências a área deverá avançar?

Nathália da Escóssia: A tecnologia está para proporcionar mais conforto, rapidez e estética para os nossos pacientes e a odontologia não poderia ficar de fora. Estamos caminhando para que nossos pacientes percam o medo de ir ao dentista e não irem apenas quando estão com problemas mais sérios. Precisamos levantar a bandeira para a importância da prevenção e também o condicionamento das nossas crianças de irem ao dentista desde cedo.

Frisson: Além de exercer a profissão, quais são seus outros objetivos profissionais? Você pensa em usar seus conhecimentos, por exemplo, para a área acadêmica?

Nathália da Escóssia: Já sou professora da especialização da Academia Cearense de Odontologia e da Unichristus. É uma área que tenho paixão, amo ensinar o que sei para os meus alunos. Minha mãe foi professora por mais de 20 anos e sempre tive esse exemplo. Meu pai também foi professor. Acho que conhecimento e sabedoria precisam ser divididos. Pra mim, a licenciatura é um sacerdócio fundamental. Quero sempre ser um exemplo, assim como muitos professores foram e são pra mim.

Frisson: Quais especializações na área você já investiu e quais ainda você pretende iniciar?

Nathália da Escóssia: Trabalho com odontopediatria e ortodontia. Trabalho com todos os tipos de aparelhos: alinhadores invisíveis, ortodontia lingual e convencional. Trabalho também com prevenção (profilaxia) e clareamento. Procuro focar nessas áreas porque acredito que, quando você se conentra [em uma área], consegue se dedicar mais e oferecer para os pacientes um tratamento de excelência.

Frisson: Além da odontologia, quais outros interesses, hobbies e desejos você possui?

Nathália da Escóssia: Acordo todo dia muito cedo tanto para fazer musculação e beach tennis. Já velejei de kite. Recentemente estou parada, mas pretendo voltar.

Frisson: Quais são seus objetivos profissionais e pessoais em 2022?

Nathália da Escóssia: O ano de 2020 me escolheu para viver a minha melhor versão de mãe. Pretendo a cada ano aprimorar mais junto com meu esposo Oswaldo. Ser mãe da Maria Thereza é o maior presente da minha vida. Amo crianças, então tenho planos de ter mais um filho. Fui filha única por muitos anos e acho que dá um(a) irmãozinho(a) para a Maria Thereza será um grande presente que posso deixar para ela.

Na área profissional, tenho planos de sempre inovar na odontologia para proporcionar e levar o melhor para os meus pacientes, com muita ética e amor. Também tenho sonho de empreender fora da odontologia, fico sonhando com várias coisas. Quem sabe vem novidades por aí.